/

Firerisk, a app de fogos de Castelo Branco, foi escolhida pelo Simplex. Mas fracassou

1

Filipe Farinha / Lusa

No ano passado, Castelo Branco era notícia por ter uma aplicação de alerta de incêndios, que fez parte do Simplex. O projeto terminou este ano por falta de dinheiro.

A Firerisk era uma aplicação criada em 2015, em Castelo Branco, por quatro portugueses. Um ano depois de ter sido desenvolvida, foi uma das apps escolhidas pelo concurso startup Simplex, da agência para a Modernização Administrativa, por ser uma “proposta de valor ligada à área do risco, ambiente, sustentabilidade e participação do cidadão”.

Em 2018, o primeiro passo foi dado pelo município albicastrense que contratou o serviço pela primeira vez, numa aposta “na prevenção [de incêndios] e alerta às populações, através do uso das novas tecnologias”. Mas o projeto teve uma vida curta e acabou em 2019.

Na sequência dos incêndios que deflagram noutros concelhos do distrito, Teresa Fonseca, a fundadora, disse ao Observador que “não podemos continuar a utilizar as mesmas estratégias e as mesmas ferramentas porque vemos que, ano após ano, as coisas falham”.

“Quando lançámos a aplicação e fomos validados no startup Simplex, tivemos contactos com a GNR e, na altura, propusemos a solução de integrar a rede viária e de, antecipadamente, o cidadão poder ser alertado, por exemplo, para não seguir por uma determinada via. Isto antes dos incêndios de Pedrógão, atenção. Nós não fomos reativos na nossa proposta. Já tínhamos pensado nela antes de esta tragédia acontecer. Portanto, o que é que posso dizer? É tudo uma questão de decisão institucional e de saber usar devidamente essa ferramenta”, afirmou a responsável.

“Ela não pode ser só adquirida e dizer que têm. Não. É preciso fazer um trabalho sério de sensibilização e que as pessoas reconheçam que aquela aplicação lhes é útil”, resumiu Teresa Fonseca.

Em março, o projeto encerrou definitivamente, como foi divulgado na página oficial do Facebook. O objetivo da aplicação era envolver entidades públicas e cidadãos para, com o serviço, referenciar-se zonas de riscos de incêndios e rapidamente a informação de alertas poder chegar a quem tinha a aplicação instalada.

De acordo com os dados avançados pelo diário, houve mais de 10 mil downloads, e a Firerisk só estava disponível para o sistema operativo Android.

No entanto, acabaram por surgir problemas que fizeram com que a Firerisk não conseguisse sobreviver. O primeiro objetivo “foi tentar vender ou criar uma parceria com a autoridade nacional de proteção civil”, que seria “um parceiro privilegiado”. Com o reconhecimento do programa Simplex e tendo sido uma das startups escolhidas do programa europeu Finodex, tudo parecia estar a correr bem, mas “apenas um município aderiu à aplicação”: Castelo Branco.

“Fomos desenvolvendo algumas ideias de negócio paralelas. O caminho foi fazendo-se assim. Ganhámos alguns prémios de reconhecimento. Mas, na verdade, a sustentabilidade do projeto não se conseguiu realizar”, conta Teresa Fonseca.

Ao que o Observador apurou, alguns municípios criticaram o funcionamento da plataforma, motivo pelo qual não contrataram o serviço. Mesmo assim, em 2018, a autarquia de Castelo Branco contratou o serviço da startup e, com esta parceria, o concelho teve “a integração da cartografia de risco e a disponibilização de um back office que permitia ao município emitir alertas municipais”.

Para Teresa Fonseca, a aplicação “surgiu demasiado cedo”. “Enquanto estivemos a gerir o risco e a emergência muito fechados naquilo que são as responsabilidade estatais e o cidadão não for devidamente envolvido, ferramentas como é o Firerisk ou outras que possam surgir nunca vão ter o sucesso devido”, disse ainda.

Ao mesmo jornal, João Pina – o programador que criou o fogos.pt para ajudar amigos bombeiros que se queixava que o site da Proteção Civil era pouco acessível – afirmou que a “Proteção Civil está focada em ferramentas de combate aos incêndios”, mas diz que entidade “está a mudar o paradigma e a fazer para mudar isso dentro das suas possibilidades”.

ZAP //

1 Comment

  1. Portugal no seu melhor, país faz de conta … fazem uma festa na apresentação, dizem que vai ser o futuro ate que …passado uns meses morre …as pessoas esquecem o poder politico ja nao quer saber porque não da votos e pronto …é como os parques publicos e jardins criam grandes zonas verdes fazem grande festa entretanto passa o tempo e vira matagal de silvas sem manutenção…

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.