Portugal mantém-se este ano entre os países que recebem mais imigrantes com elevado património. Afetado pelo Brexit, o Reino Unido vê sair mais ricos do que a Rússia.
Portugal vai manter-se no top 10 de países mais atrativos para os “ricos” — quem tenha capacidade para investir uma quantia igual ou superior a um milhão de dólares e fique no novo país residente por mais de seis meses — a nível mundial, segundo relatório da Henley & Partners.
O estudo da consultora inglesa mostra, no entanto, uma queda de Portugal na classificação, que passará, este ano, de sexto para 9.º lugar, com uma quebra de 1400 para 800 residentes considerados mais ricos.
O fim dos vistos gold — atribuídos a cidadãos não pertencentes à União Europeia, como parte de um esforço para reparar as finanças públicas após o resgate da Troika no ano anterior — é a causa desta quebra e vai mesmo abrandar a entrada de indivíduos com mais património, mas não irá afetar a permanência de Portugal no top 10.
Os vistos, atribuídos de outubro de 2012 até maio deste ano já deram, segundo o Jornal de Negócios, mais de 12 mil autorizações de residência — um investimento que ascendeu os 2,3 mil milhões de euros, dos quais 90% por via de compra de imóveis.
Dos 65,2 mil imigrantes mais ricos a residir em Portugal, 105 são milionários (isto é, têm 100 milhões de dólares disponíveis para investimento) e seis são multimilionários (têm mais de mil milhões de dólares disponíveis para investir).
Ao primeiro lugar do ranking — atualmente ocupado pelos Emirados Árabes Unidos, — deve ascender a Austrália, com Singapura a manter-se no terceiro lugar.
O Reino Unido é o país mais penalizado no relatório, com uma saída prevista de 3200 dos mais ricos, motivada pelo Brexit. Até a Rússia, com uma saída estimada de 3000 pessoas com elevado património após a invasão da Ucrânia, se encontra num cenário mais atrativo.
A China, com 13 500 pessoas de saída do seu território, lidera a lista dos países mais “abandonados” pelos ricos, seguida da Índia (6500 saídas).
Veja abaixo o top 10 de saídas (à esquerda) e o top 10 de entradas (à direita) de 2022 e 2023.