Para combater a descida da natalidade, o Partido Popular (PP) espanhol propõe que as imigrantes ilegais em Espanha que deem os seus filhos para adoção não sejam expulsas. Pablo Casado desmente e diz-se vítima de “fake news”.
Segundo o jornal La Vanguardia, se uma mulher que estiver em Espanha sem documentação decidir entregar o seu filho para adoção, passa a ficar protegida da deportação, ainda que por tempo limitado. No futuro, poderá vir a ser mandada para o seu país de origem.
Esta medida, que está já a causar polémica em Espanha, faz parte da estratégia do Partido Popular (PP) para combater a descida da natalidade no país.
Atualmente, a lei prevê um mecanismo que conduz automaticamente as mulheres para fora do país caso, estando em situação irregular, entregue o seu filho. É este mecanismo que o PP quer desativar se vencer as eleições, avança a TSF.
Apesar de argumentar que a medida está a ser bem sucedida na Comunidade de Madrid e que deve ser alargada a nível nacional, o PP rejeita que esteja a propor às mulheres que entreguem os seus filhos para adoção em troca de permanecer no país.
“Isso seria literalmente uma barbaridade”, disseram ao jornal espanhol fontes do partido.
No último sábado, durante o encerramento da Convenção sobre Igualdade e Família do PP, em Cartagena, Pablo Casado explicou as diretrizes do seu projeto de apoio à maternidade. O líder do partido explicou que o seu objetivo é apoiar as mulheres a decidirem “livremente” serem mães, caso vença as eleições gerais, a 28 de abril.
Contudo, esta proposta causou muitas reações polémicas ao longo desta quinta-feira. Carmen Calvo, a número dois de Pedro Sánchez, questionou no Twitter: “Que tipo de maternidade se defende quando se propõe que os filhos sejam separados das suas mães a troco de algo?
Também Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona, se manifestou, optando por uma abordagem mais agressiva. “Machistas. Racistas. Classicistas. Só nos faltava sequestradores de crianças. Fascistas.”
Pablo Casado veio a público reagir, classificando de “fake news” as informações veiculadas acerca desta proposta. De acordo com o líder do PP, a abordagem de “troca” de crianças pela manutenção no país é uma “barbaridade”.
Segundo Casado, o que o PP propõe é que as mulheres imigrantes que estejam em condição irregular e que queiram dar os seus filhos para adoção não sofram consequências de não terem documentos nem que sejam alvo de procedimentos legais por verem exposta a sua condição ilegal.
Na prática, se derem os seus filhos para adoção, não será iniciado um procedimento legal de expulsão do país.
O objetivo do partido é, segundo Pablo Casado, proteger as mulheres que estejam em situação irregular e resguardar os bebés para que não sejam abandonados.
Proposta digna de um partido de extrema direita e , por isso mesmo, sem valores.
Ou então de um de extrema-esquerda, desumana é ela sem dúvida alguma!