Filho de Bolsonaro alvo de buscas em investigação sobre espionagem a rivais políticos

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Jair Messias Bolsonaro / Flickr

Estão em causa suspeitas de um esquema de espionagem ilegal a jornalistas e adversários políticos de Jair Bolsonaro.

A polícia federal do Brasil está no terreno a investigar um suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a administração de Jair Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente, é um dos principais alvos da operação, sendo suspeito de ser um dos destinatários das informações obtidas clandestinamente. O caso foi inicialmente revelado pelo jornal O GLOBO em março do ano passado.

Além de Carlos Bolsonaro, um agente da polícia federal que fazia parte da Abin na gestão anterior também é um dos alvos da operação, que se estende pelo Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. Foram emitidos mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do filho do ex-presidente.

Na quinta-feira, a polícia federal já tinha conduzido uma operação relacionada com suspeitas de espionagem ilegal na Abin. O alvo era Alexandre Ramagem, deputado federal pelo PL-RJ e figura próxima do clã Bolsonaro, que dirigiu a Abin durante grande parte do mandato de Bolsonaro.

Ramagem, que coordenou a segurança de Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais de 2018, aproximou-se de Carlos Bolsonaro e recebeu o seu apoio na campanha para deputado federal em 2022.

A reportagem do GLOBO revelou que, sob a gestão de Jair Bolsonaro, a Abin usou um programa secreto chamado FirstMile para monitorizar a localização de pessoas específicas através dos telemóveis.

Esta ferramenta, produzida pela empresa israelita Cognyte (ex-Verint), era gerida pela equipa de operações da agência sem controlos formais ao acesso. A polícia federal abriu um inquérito e descobriu que a ferramenta foi utilizada para espiar políticos, jornalistas, advogados e opositores do governo.

Ainda não se conhece a lista completa das pessoas espiadas, mas a polícia descobriu indícios de que os rivais políticos de Bolsonaro, incluindo o ex-deputado Jean Wyllys e o falecido deputado federal pelo PDT do Rio, David Miranda, foram alvos.

ZAP //

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