Festa no Castelo: Está viva a luta pelo terceiro posto

Manuel Fernando Araújo / Lusa

O Vitória SC derrotou o FC Porto, por 1-2, na noite deste domingo, no Estádio do Dragão. A seis jornadas do fim do campeonato e com o Sporting lançado para ser campeão, é a luta pelo terceiro lugar que parece estar ao rubro.

Este domingo, o Castelo está em festa.

O Vitória SC derrotou o FC Porto e encurtou para dois pontos a distância para os portistas, que permanecem no terceiro lugar do campeonato.

O FC Porto não conseguiu aproveitar o desaire do Benfica, este sábado frente ao Sporting, para se aproximar do segundo lugar. Por outro lado, beneficiou da derrota do SC Braga, frente ao Arouca, já que os arsenalistas tinham possibilidade de entrar no pódio, em caso de vitória.

Por seu turno, quem mais saiu a sorrir desta jornada (além do Sporting) foi o Vitória “de Guimarães” que, apesar de se manter no quinto lugar, “conquistou” três pontos a SC Braga e FC Porto.

Neste momento, o Vitória SC tem 56 pontos. Com o mesmo número de pontos, mas em quarto lugar, está o SC Braga. O FC Porto tem 58 – e está a nove do Benfica e a 13 do líder Sporting. Há ainda 18 pontos em disputa.

FC Porto e Vitória SC já tinham-se defrontado na quarta-feira, em jogo a contar para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, com a vitória a cair para os dragões (0-1) – naquele que marcou o primeiro duelo entre dragões e conquistadores, no espaço de duas semanas.

Em relação ao jogo da Taça, Sérgio Conceição fez quatro mexidas no seu habitual 4-2-3-1.

Diogo Costa e Francisco Conceição – que foram expulsos na jornada passada, frente ao Estoril – não puderam estar presentes naquele jogo, mas regressaram aos lugares que tinha sido ocupados por Cláudio Ramos e Gonçalo Borges. De resto, Fábio Cardoso e Danny Namaso renderam os castigados – por acumulação de amarelos – Otávio e Evanilson.

Por seu turno, Álvaro Pacheco, que se apresentou num 3-5-2, fez três alterações. Entraram Jorge Fernandes, Afonso Freitas e Kaio César para os lugares – respetivamente – de Tomás Ribeiro, Ricardo Mangas e Nélson Oliveira.

Dois golos de Galeno, dois golos do VSC

Wenderson Galeno foi o protagonista da primeira-parte, ao marcar dois golos, mas o FC Porto perdia 1-2 ao intervalo.

A turma de Sérgio Conceição exibiu dificuldades, principalmente, no lado direito – de onde surgiram os dois golos vimaranenses. Pela frente esteve um Vitória SC destemido e cheio de” fibra”.

Aos cinco minutos de jogo, Galeno foi derrubado, na grande área vimaranense, por Jorge Fernandes e Manu Silva. O Estádio do Dragão pediu penálti, mas o árbitro Fábio Veríssimo não consentiu.

O FC Porto até parecia estar a dominar o jogo, mas foi o Vitória SC que inaugurou o marcador, ao minuto 12 -, com Galeno de cabeça a marcar na própria baliza, depois de um livre lateral do lado direito batido por Handel.

Os da casa tentaram reagir ao golo, mas os forasteiros – muito aguerridos – em nada facilitaram a tarefa ofensiva dos portistas.

Ao minuto 19, Alan Varela convidou o seu homónimo Bruno à primeira grande defesa da noite, após um remate de meia distância do argentino. Bruno Varela – que foi protagonista pela negativa no jogo da Taça –  aqui bem esticar-se e a mandar a bola para canto.

No equador da primeira-parte, o FC Porto tinha mais do dobro da posse de bola do que o Vitória, mas nunca conseguiu levar perigo relevante à baliza dos vimaranenses.

Um grande corte de Borevkovic impediu, aos 26 minutos, que Namaso ficasse isolado “na cara” de Bruno Varela, depois de um passe de Francisco Conceição.

O dragão tentava crescer no jogo, mas foi o Vitória SC quem voltou a marcar, por Jota Silva. Estava feito o 0-2.

Depois de uma grande jogada pela direita, e aproveitando a passividade da defesa portista, os minhotos voltaram a silenciar os 34.582 espetadores – ou, pelo menos, os adeptos da casa, já que a bancada (bem composta) dos adeptos de Guimarães estava em festa.

Mas o FC Porto – como podia e sabia – foi tentando reagir. As incursões atacantes dos portistas surgiam, principalmente, pelo lado direito – muito provavelmente a contar com um rasgo de genialidade de Francisco Conceição.

Aos 41 minutos uma grande defesa de Diogo Costa negou o 0-3 ao Vitória, depois de mais uma jogada pelo lado direito.

A fechar a primeira parte, já em cima do minuto 45, Galeno redimiu-se e reduziu para o FC Porto e fez espevitar o dragão.

1-2 era o resultado ao intervalo.

Taremi desuniu; Pepe uniu (mais ou menos)

Ao intervalo, tanto Sérgio Conceição como Álvaro Pacheco fizeram alterações nas suas equipas.

No FC Porto houve uma troca de centrais: saiu Fábio Cardoso; entrou Zé Pedro.

No Vitória SC, o médio Handel saiu para dar lugar ao central Tomás Ribeiro e na ala esquerda houve uma troca direta: Ricardo Mangas por Afonso Freitas.

Mas Mangas não durou 10 minutos em campo e saiu lesionado. Álvaro Pacheco foi forçado a lançar Miguel Maga.

Sérgio Conceição aproveitou o “embalo” e lançou, aos 56 minutos, João Mário (por Jorge Sánchez) e Ivan Jaime (por Alan Varela).

O FC Porto estava por cima. Logo no início da segunda-parte, por duas vezes, Francisco Conceição atirou à baliza de Varela, mas os remates saíram por cima.

Aos 61 minutos, o Pacheco voltava a mexer peças, mas, desta vez, na frente de ataque. Saiu Kaio Cesar para entrar o Nélson Oliveira.

Aos 67 minutos, Taremi entrou, por Pepê, e foi assobiado – naquele que foi um ato de descontentamento por parte dos adeptos para com o jogador que está de saída para o Inter de Milão e que não tem sido aposta de Conceição.

Num lance em que o conquistador Jota Silva cavalgava para um contra-ataque, Zé Pedro limpou o lance e a bola saiu pela linha lateral. Fábio Veríssimo começou a dar lançamento para o Vitória SC e acabou a dar vermelho a Pepe, por gestos. O capitão do FC Porto terá feito o sinal dos “óculos” em direção ao árbitro.

E, quando o estádio estava em aparente desunião, com a entrada de Taremi, Pepe é expulso e a união voltou.

O Dragão explodiu com a expulsão de Pepe e a revolta parece ter-se repercutido em campo e dado “ânimo” à equipa.

O jogo ficou muito faltoso e as picardias entre os jogadores cresceram, após a expulsão. Como tal, aos 77′, Pacheco tirou o amarelado João Mendes para dar lugar a Nuno Santos.

Poucos momentos depois, Tiago Silva ia surpreendendo Diogo Costa e esteve quase a marcar do meio-campo. Seria o golo (pelo menos) da jornada.

Sérgio Conceição – no tudo ou nada – não mexeu na defesa, desde a expulsão de Pepe, e lançou Toni Martínez por Danny Namaso, ao minuto 80.

Mesmo com menos um jogador, o FC Porto estava por cima – e, na verdade, outra alternativa não havia senão “correr atrás do prejuízo”. Mas o resultado não se alterou até ao final.

FC Porto e Vitória SC voltam a defrontar-se no dia 17, outra vez no Estádio do Dragão, para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal (que já tem Sporting como primeiro finalista).

No próximo jogo do campeonato, os dragões recebem o Famalicão; enquanto que os conquistadores, vão receber o Farense, no mesmo dia, sábado.

Miguel Esteves, ZAP //

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