Festa de estudantes de Coimbra criticada por ter apelos sexuais a troco de bebidas

O cartaz que publicitava uma festa de uma tertúlia da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (UC) continha apelos sexuais a troco de bebidas, “apenas para as meninas”.

A festa, realizada a 1 de outubro, foi organizada por uma tertúlia da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (UC). Para publicitar o convívio, surgiu um cartaz que apelava às “meninas” a terem determinados atos sexuais a troco de “shots à pala”.

Beijos, striptease, mergulhos de biquíni ou “mostrar as mamas” eram algumas das possibilidades deste cartaz que alertava ainda para o facto de um “xoxo” não ser um beijo.

Segundo o Jornal de Notícias, a iniciativa destes estudantes mereceu críticas da Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (AAC).

É preocupante que estudantes do Ensino Superior, em especial de Direito, que deveriam ser conscientes quanto ao que estudam e ao que virão a promover em sociedade, estimulem atividades tais que atentem contra os Direitos Humanos”, lê-se no comunicado.

Cartaz da tertúlia Capas & Kopos

“O que é proposto é a subordinação e objetificação da mulher em relação ao homem, na medida em que serão elas a realizar as performances. É uma incitação ao sexismo que coloca o modelo hegemónico de masculinidade em situação de privilégio”.

A tertúlia em questão, chamada Capas & Kopos, colocou um vídeo nas redes sociais a falar sobre o sucedido e afirma estar em causa os valores das liberdades individuais.

“A AAC esteve por trás de um dos momentos mais importantes da História do nosso país. Se vos causou incómodo o cartaz porque não vieram ter connosco? Informem-se do que aconteceu e perguntem às vossas colegas se se sentiram objetificadas. O que se realizou foi uma festa e não uma praxe“, apontam os membros da tertúlia no vídeo.

Em declarações ao JN, o presidente do Conselho de Veteranos da UC, Matias Correia, afirma que se tratou de uma festa privada, pelo que não podem intervir. Porém, o responsável declara que o órgão condena “a nível social e moral” esta festa e entende “não ter havido bom senso”.

ZAP //

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