Ethan Whitman, Duke University

Ressonância magnética deteta sinais de doenças futuras (muito) antes de darem os primeiros sinais — um grande passo para a sua prevenção.
Uma nova ferramenta que funciona em diferentes países e contextos consiste numa ressonância magnética que é capaz detetar sinais de doenças futuras, como a demência, antes de surgirem sintomas.
“A forma como envelhecemos é bastante distinta do número de voltas que demos ao Sol” diz à SciTechDaily Ahmad Hariri, professor de psicologia e neurociência na Universidade Duke, bem como um dos autores do estudo publicado na Nature Aging este mês.
A nova ferramenta, chamada DunedinPACNI, foi treinada para estimar esta pontuação apenas com base numa única ressonância magnética cerebral recolhida a 860 participantes do estudo aos 45 anos.
Numa análise, os investigadores analisaram imagens cerebrais de 624 indivíduos entre os 52 e os 89 anos, num estudo norte-americano sobre o risco da doença de Alzheimer.
Quem foi classificado como envelhecendo mais rapidamente tinha 60% mais probabilidade de desenvolver demência nos anos seguintes.
Com uma única ressonância magnética, a ferramenta consegue estimar o risco de uma pessoa desenvolver doenças crónicas mais tarde na vida — até em pessoas de meia-idade.
“O que é realmente fantástico é que conseguimos captar a velocidade a que as pessoas envelhecem com dados recolhidos na meia-idade”, disse Hariri. “E isso está a ajudar-nos a prever o diagnóstico de demência em pessoas mais idosas“.
“Coisas que parecem envelhecimento acelerado podem ser simplesmente diferenças na exposição a fatores como gasolina com chumbo ou fumo de cigarro, específicos da geração”, explica o investigador.
“Achamos que será uma ferramenta-chave para prever e avaliar riscos de doenças, especialmente Alzheimer e demências relacionadas, e também para compreender melhor a progressão da doença,” concluiu Hariri.