Azuis e brancos também vão deliberar sobre os recursos de outros quatro associados, que foram expulsos do clube.
O FC Porto vai deliberar sobre os recursos apresentados por seis associados, incluindo Fernando e Sandra Madureira, ambos arguidos na Operação Pretoriano, em Assembleia Geral (AG) extraordinária, anunciou o clube esta terça-feira.
“A assembleia tem em vista apreciar, à luz da informação constante dos procedimentos disciplinares e dos recursos apresentados, se as decisões de aplicação das sanções pelo Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) se deverão manter”, explica a convocatória assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) ‘azul e branca’, António Tavares.
A reunião magna vai começar às 09:00 de dia 18 de janeiro, no Pavilhão Dragão Arena, no Porto, dois meses depois de Fernando Madureira, Sandra Madureira, Vítor Catão e Vítor Oliveira, todos arguidos na Operação Pretoriano, terem sido expulsos de sócios do FC Porto pelo CFD.
Além de Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões e único arguido em prisão preventiva, foram expulsos Sandra Madureira, sua esposa e antiga vice-presidente daquela claque afeta ao FC Porto, Vítor Catão, adepto do clube e ex-presidente do São Pedro da Cova, que está em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, e Vítor Oliveira.
O processo foi desencadeado em 31 de janeiro de 2024, no âmbito da investigação aos incidentes e agressões ocorridos em AG extraordinária do emblema ‘azul e branco’, em 13 de novembro de 2023, no Dragão Arena, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.
Já Carlos Nunes, outro dos arguidos, foi suspenso por 12 meses, recebendo o dobro da pena aplicada a Fernando Saul, ex-oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e também envolvido naquela acusação, José Dias, Paulo Moura, Manuel Barros e Sérgio Ferreira.
Os sócios visados tiveram 30 dias para recorrer do parecer do CFD, sendo que as quatro expulsões e as suspensões de Saul e Manuel Barros serão apreciadas em sede de AG.
Em agosto de 2024, a direção do FC Porto, presidida por André Villas-Boas, revelou que participaria formalmente dos associados acusados na Operação Pretoriano, com vista à instauração de processos disciplinares por parte do órgão liderado por Angelino Ferreira.
Em 5 de dezembro, pouco mais de duas semanas depois das medidas determinadas pelo CFD do FC Porto, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu levar a julgamento nos exatos termos da acusação os 12 arguidos da Operação Pretoriano.
A acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa dos Super Dragões em criarem “um clima de intimidação e medo” numa AG do FC Porto para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.
Em causa estão um total de 31 crimes: 19 de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação.
Hugo Carneiro, igualmente com ligações aos Super Dragões, também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos para os arguidos entre um e cinco anos.
O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, cujo julgamento ainda não tem local nem data marcados.
ZAP // Lusa