Os funcionários da unidade de saúde serão julgados por acelerarem autópsias em esquema de corrupção. A julgamento vão 11 pessoas singulares e nove agências funerárias.
Foram pronunciados pelo Tribunal de Instrução Criminal e vão a julgamento os 20 arguidos que participaram num esquema de corrupção com mortos na morgue do Hospital de Aveiro.
De acordo com a investigação, pelo menos desde o ano de 2009 até finais do ano de 2015, dois funcionários da casa mortuária da unidade hospitalar terão aceitado “gratificações que variavam entre os cinco e os cem euros“, aproveitando a proximidade resultante do contacto funcional que mantinham com agentes funerários.
Entre as ofertas estão ainda refeições e garrafas de espumante, que as funerárias ofereciam para acelerarem processos ou factos relativos à morte de pessoas, cujas cerimónias fúnebres lhes tinham sido contratadas.
Dois dos arguidos, que exerciam funções na morgue do hospital, de 51 e 46 anos respondem por 32 crimes de recebimento indevido de vantagem.
Um deles foi também pronunciado por corrupção passiva e falsificação de documento agravado, por ter recebido e preparado para as exéquias fúnebres, o cadáver de uma pessoa que não faleceu naquele hospital – a troco de dinheiro.
Os outros arguidos são os gerentes de várias agências funerárias e as respetivas sociedades que estão acusados de crimes de entrega/promessa indevida de vantagem por “darem e prometerem dar aquelas gratificações e dádivas, pretendendo uma maior disponibilidade dos assistentes operacionais para um tratamento mais célere e resolução de questões funcionais, projetando uma imagem de maior eficiência junto da clientela”.
O processo conta com dezenas de escutas telefónicas, nas quais os funcionários da morgue falavam com os agentes, a combinar a quantia que lhes iria ser paga.
ZAP // Lusa