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Famílias de vítimas de atentado processam Google, Twitter e Facebook

Rick Loomis / Los Angeles Times

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O processo foi apresentado por parentes de 3 das 14 pessoas assassinadas em San Bernardino

Os familiares de três vítimas do tiroteio de San Bernardino, nos Estados Unidos, estão a processar o Google, Twitter e Facebook por, na sua perspectiva, terem fornecido “apoio material” ao Estado Islâmico.

De acordo com a acção, as empresas falharam em barrar os esforços dos terroristas nas suas plataformas, permitindo que o ataque fosse organizado e realizado directamente.

Os familiares das vítimas afirmam ainda, de forma geral, que as redes sociais garantem que as ideias extremistas do EI “floresçam”, permitindo-lhes recrutar novos membros, obter recursos, e, acima de tudo, as fazer proliferar as suas palavras de ódio.

Os autores da acção alegam que, sem o apoio indirecto das plataformas, o Estado Islâmico jamais se tornaria uma das organizações terroristas mais perigosas e temidas do mundo.

O processo foi apresentado, num tribunal de Los Angeles, por parentes de Sierra Clayborn, Tin Nguyen e Nicholas Thalasinos, 3 das 14 pessoas assassinadas por um casal de terroristas num centro comunitário da cidade de San Bernardino, na Califórnia.

A 2 de dezembro de 2015, Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik abriram fogo contra funcionários durante uma confraternização de Natal, além de tentarem, sem sucesso, detonar um explosivo.

Esta já é a segunda vez que alegações semelhantes motivam um processo contra estas empresas. No fim do ano passado, Google, Facebook e Twitter também foram processados judicialmente pelas famílias de três mortos após um tiroteio num bar de Orlando, na Flórida, ataque realizado por um cidadão americano em nome do Estado Islâmico.

As leis federais dos Estados Unidos protegem sites e redes sociais, eximindo a sua responsabilidade sobre conteúdos publicados pelos utilizadores, que são considerados “fora do seu controle”.

Por esse motivo, diversas acções judiciais deste tipo, além de investigações federais, falharam em passar até mesmo por fases preliminares, sem que as companhias de tecnologia fossem accionadas directamente.

Entretanto, é ainda de levar em consideração a notória morosidade na moderação dos comentários ou publicações dos utilizadores realizada pelas plataformas, assunto que regressa ao debate sempre que surge qualquer tipo de proliferação de discurso de ódio, ou, pior ainda, atentados como os citados nos processos.

Como nas anteriores acções passadas deste género Google, Facebook e Twitter não se pronunciaram sobre os processos judiciais.

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