Família teme que ativista saudita esteja a ser torturada na prisão

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Unknown / Wikimedia

A ativista saudita Loujain al-Hathloul

Familiares de uma importante ativista dos direitos das mulheres da Arábia Saudita, detida desde maio de 2018, temem que esteja a ser torturada na prisão, uma vez que não dá notícias há vários meses.

Loujain al-Hathloul, de 31 anos, foi uma das ativistas que lutou para que as mulheres conquistassem o direito de conduzir na Arábia Saudita e foi presa várias vezes por ter quebrado essa proibição.

A saudita, que chegou a ser uma das nomeadas para o Prémio Nobel da Paz, foi detida, em maio de 2018, juntamente com outras dez ativistas que também lutam pelos direitos das mulheres no país.

Agora, em declarações ao jornal Independent, Lina al-Hathloul, a sua irmã mais nova, de 25 anos, que vive em Bruxelas, na Bélgica, conta que a família não sabe nada sobre Loujain há 61 dias.

Estamos muito preocupados porque não poder fazer chamadas ou ter visitas já há dois meses é muito suspeito. A única coisa que os faz querer escondê-la é o facto de estar a ser potencialmente torturada. Quando foi torturada antes, a minha irmã não tinha permissão para receber visitas e é por isso que temos o direito legítimo de pensar que pode estar a ser torturada agora”, afirma.

“Loujain foi para uma prisão não oficial quando foi detida e Saud al-Qahtani, um ex-conselheiro do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, esteve lá em pelo menos uma das sessões de tortura. Foi assediada sexualmente e ele ameaçou que a violava e depois a matava.”

“Durante o seu tempo na cadeia, Loujain também foi vítima de afogamento simulado, eletrocutada, chicoteada, açoitada e alimentada à força durante o mês do Ramadão, quando deveria estar em jejum”, continua a irmã.

Estou sempre a pensar nela. Isto está a afetar a minha vida. Tenho pesadelos em que surgem notícias de que ela está morta ou que foi libertada, mas está bastante mal. Ouvi casos de outras mulheres que foram presas, que entretanto foram libertadas e morreram com as suas famílias duas semanas depois”, refere ao jornal britânico.

Loujain foi transferida, em fevereiro, para a prisão de Al-Ha’ir. Os seus pais têm tentado entrar em contacto com as autoridades, mas não obtiveram qualquer resposta.

A ativista está a aguardar julgamento sob as acusações de ter estado em contacto com forças estrangeiras hostis à Arábia Saudita e de recrutar funcionários do Governo para recolher informações confidenciais.

As autoridades sauditas, por sua vez, negaram as acusações de tortura e disseram que estavam a investigar as denúncias de maus-tratos.

ZAP //

1 Comment

  1. “…uma das ativistas que lutaram…”

    Uma entre AS que LUTARAM. Atenção à concordância!
    Infelizmente, este erro está mais disseminado do que o CoViD-19…

    Pior, só os políticos que agora começam frases com verbos no infinitivo:
    “Dizer que…”, etc…

    Pobre língua portuguesa, tão maltratada por quem mais devia defendê-la…

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