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Velhinha Famel renasce em modo eléctrico (e pode entrar no negócio com 10 mil euros)

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Famel

Protótipos das E-XF, modelos elétricos das icónicas Famel XF-17

A histórica marca de motociclos Famel que está na memória de muitos portugueses está a renascer com o lançamento de uma nova versão eléctrica inspirada no icónico modelo XF-17.

Para muitos de nós, as palavras “famel zundapp xf 17 super” ainda ecoam nos recantos da memória — da mesma forma que “bic laranja, bic cristal” ou “o coelhinho foi com o pai natal no comboio ao circo”.

Quase 50 anos depois, a Famel lança-se agora no mercado dos veículos eléctricos com a apresentação das versões “Café Racer” e “Clássica”, ambas inspiradas na icónica XF-17, que foi lançada em 1975 e se tornaria a motorizada mais vendida em Portugal.

A marca de Águeda, no distrito de Aveiro, está em processo de “renascimento”, contando com um financiamento de cerca de 2,45 milhões de euros através do Fundo Novus do Magnify Capital Partners e do Banco Português de Fomento.

Mas a empresa, que foi fundada em 1949, precisa ainda de mais dinheiro. Por isso, iniciou uma nova fase de capitalização, para captar pequenos investidores, até ao final de Outubro de 2024. O capital mínimo para entrar na empresa é de 10 mil euros.

No âmbito do lançamento dos novos modelos eléctricos, a Famel já recebeu uma centena de reservas e espera fazer as primeiras entregas na Primavera de 2025.

A produção será efectuada na Anadia, outra cidade do distrito de Aveiro que é conhecida por liderar a produção de bicicletas na Europa, com um “esforço grande” para que “80% dos componentes que incorpora sejam europeus e 50% feitos em Portugal“, explicou o CEO da Famel, Joel Sousa, em conferência de imprensa.

Preço base deverá ser de 6500 euros

Além de eléctricas, as novas motas Famel terão também recursos de Inteligência Artificial e deverão custar cerca de 6.500 euros, mas ainda falta definir o preço final.

“Estamos a ver se conseguimos manter porque também não podemos esticar muito para mostrar que realmente compensa”, explicou Joel Sousa aos jornalistas, conforme cita o Jornal de Negócios.

Joel Sousa destaca que o principal alvo da Famel é o chamado “mercado da saudade”, apontando aos fãs da marca e à intenção de “reacender uma paixão e um legado”.

Mas se as velhinhas Famel estavam mais ligadas ao mundo das vilas, os novos modelos têm a mira apontada às cidades. A marca pretende tornar-se “numa referência na mobilidade sustentável urbana”, realça Joel Sousa.

Os modelos equivalentes a 125cc vão ter uma autonomia de 120 quilómetros em circuitos urbanos, fazendo uso de duas baterias amovíveis.

ZAP //

6 Comments

  1. Transformar a velhinha Famel, onde fiz muitos km , com um motor que tão bem cantava numa aberração eléctrica até dói !!!?
    De qualquer modo desejo-lhes sucesso.

  2. “Os modelos de 125cc vão ter uma autonomia de 120 quilómetros em circuitos urbanos”… Pensei que a nova Famel fosse eléctrica e não a combustão (125cc)… 🙂

    • Caro leitor,
      Obrigado pelo reparo.
      No configurador disponível no site da Famel, as duas opções existentes em ambos os modelos Clássico e Racer são designadas pela marca como “Equivalente a 50cc” e “Equivalente a 125cc”.

  3. Na minha opinião transformar esta icónica e fiável motorizada num protótipo elétrico é desvirtuá-la completamente, e duvido muito que os verdadeiros amantes e saudosistas da Famel, estejam interessados em comprar esta versão elétrica, porque no mínimo vai deixar muito a desejar. E se estes novos modelos têm a mira apontada às cidades, então e quem vive nas aldeias que até iam buscar lenha ao pinhal com as velhinhas Famel que eram pau para toda a obra, e será que os aldeãos não têm os mesmos direitos que os citadinos, ou será que esta versão elétrica é apenas para as senhoras e donas de casa citadinas irem as compras, e de vez em quando darem uns curtos passeios mas apenas nas cidades, já que nas aldeias e principalmente pelas estradas de terra batida, duvido muito que vão.

  4. Renascer de um projeto importantíssimo para economia Portuguesa. É importante fazer cá dentro e fazer bem!!

    Com tanto dinheiro de PRRs e afins a ser entregue (quase) a fundo perdido, é muito triste andarem ainda à procura de pequenos investidores para viabilizar a empresa.

    Espero que consigam e que outros projetos lhe sigam o exemplo, como a Casal e a UMM.

    Para que este e outros projetos que apareçam, sejam bem sucedidos, é preciso os Portugueses ajudarem. Comprem Português.

    Não há que ter vergonha de o dizer alto e bom som: COMPREM PORTUGUÊS!!

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