A falta de casas está a dificultar as mudanças dos profissionais qualificados que vêm trabalhar nos projetos com investimeno do PRR.
A crise habitacional em Portugal está a mostrar-se um obstáculo considerável para a execução eficaz dos projetos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Regiões como Évora, que são fundamentais para a transformação de Portugal num país produtor de aviões, enfrentam desafios significativos devido à escassez de habitações adequadas para alojar os profissionais necessários.
O Aero.next, consórcio liderado pela Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA), tem como objetivo recrutar 350 profissionais, muitos deles do exterior, para cumprir as suas metas ambiciosas de produção de aeronaves.
O presidente da EEA, Miguel Braga, mostra-se preocupado com a falta de habitação suficiente em Évora, com preços equivalentes aos das grandes cidades, classificando-a como o “maior problema” no momento.
De acordo com Braga, Portugal falhou até agora na integração completa das suas habilidades de engenharia aeroespacial, não tendo conseguido desenvolver um sistema de produção totalmente integrado.
O consórcio espera mudar este paradigma e montar e vender aviões inteiros, aumentando a presença de Portugal na indústria aeronáutica e colocando o nosso país num patamar semelhante ao da Alemanha, França e Espanha. No entanto, a falta de profissionais necessários e a falta de habitação adequada ameaçam prejudicar esses planos.
Braga ressalta que a maioria dos profissionais que o consórcio quer recrutar é altamente qualificada e muitos vêm de fora de Portugal. Para acomodar estes profissionais e suas famílias, é necessário disponibilizar habitações adequadas, que atualmente são escassas.
O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do PRR, Pedro Dominguinhos, destaca que este problema não se restringe apenas a este consórcio e que é uma situação comum a muitos projetos apoiados pelo PRR.
Dominguinhos refere que o tempo é uma variável crucial e a construção de novas habitações é demorada, pondo em causa a execução do PRR, que tem de ser concluída até 2026.
Algumas medidas de curto prazo podem ajudar, como a reserva de alas de hotéis para alojar trabalhadores, uma estratégia adotada por uma empresa norte-americana instalada perto do Montijo.
“As comunidades intermunicipais são autoridades de transporte. Seria interessante que localidades vizinhas das regiões onde esta falta de habitação é um problema para os projectos do PRR pudessem ser alternativas de residência, mas isso implica ter um plano de transporte público. Não só poderia mitigar as dificuldades das entidades envolvidas no PRR, mas também, ao mesmo tempo, poderia contribuir para o repovoamento de alguns destes sítios que estão a ficar sem moradores”, recomenda ainda Dominguinhos.
Pois como diz o ditado pensa-se apenas na “quinta” e esquece-se tudo o que está à volta…
No papel tudo é facil e maravilhoso mas deppis quando se vai colocar em prática tudo é problema…
Mas tal como se faz na construção civil deixo como sugestão a instalação de contentores dormitórios ou esses trabalhadores são mais que os outros e só podem ficar em casas de luxo?
Muitos dos quadros técnicos que sairam de portugal e foram para paises terceiros ficaram nas “chamadas bases de vida” das empresas para onde foram trabalhar que disponibilizam este tipo de instalações por isso …
Podem fazer como muitos trabalhadores nativos portugueses que vivem em Lisboa. Montar uma tenda na rua e dormir no chão.
Ou como se faz no Porto, que 4 pessoas alugam um apartamento, e dividem a renda por um quarto e uma cama para dormir.
A economia de Portugal está do avesso. E enquanto as bases da economia não estiverem bem estruturadas, este tipo de projectos nunca irá sair do papel… demasiado ambicioso para um país que caminha para o terceiro mundo social.
Basta revogar a chamada “lei das rendas” elaborada pela ex-Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Maria Graça, e fazer cumprir a Lei que determina que imóveis construídos para habitação não podem ser colocados para alojamento local, turístico, temporário, ou de curta duração, que os arrendamentos voltam a ter o valor correcto, acaba-se o esquema, e volta-se a ter imóveis disponíveis para arrendar.