As autoridades policiais encontraram, este sábado, quatro dos cinco homens que faltam capturar do grupo de 17 migrantes que fugiu de um quartel do Exército em Tavira.
Depois de, na sexta-feira à tarde, a Guardia Civil espanhola ter encontrado um dos migrantes em Ayamonte, hoje foram “mais quatro capturados pela GNR em Castro Marim”, faltando agora encontrar apenas um dos homens que integrou a fuga, adiantou fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) à agência Lusa.
Na quinta-feira foram intercetados nove e durante o dia de sexta-feira as autoridades localizaram mais três migrantes.
Os migrantes que fugiram do quartel em Tavira “não vão ser ouvidos” de novo em tribunal “por indicação dos magistrados do Ministério Público das respetivas comarcas” onde foram detidos, adiantou a mesma fonte à Lusa.
“Vão ser entregues à custódia do SEF”, acrescentou, referindo-se aos elementos já capturados, que pertenciam a um grupo de 28 migrantes que desembarcou no Algarve em setembro, e que foi depois colocado, por ordem judicial, à guarda do SEF, a aguardar o afastamento de Portugal por entrada irregular no país.
Segundo a SIC Notícias, os homens capturados foram constituídos arguidos. Estão indiciados pelos crimes de propagação de doença infecciosa, motim e evasão.
Na quinta-feira, os 17 migrantes fugiram do quartel do destacamento de Tavira do regimento de infantaria n.º 1 do Exército, onde aguardavam pela aplicação da ordem judicial e cumpriam quarentena, depois de dois deles terem sido diagnosticados com covid-19 após a entrada irregular em Portugal.
O grupo que, a 16 de setembro, desembarcou sem documentos na ilha Deserta, em Faro, era composto por 28 migrantes: 24 homens, que estavam instalados no quartel em Tavira, três mulheres, uma delas grávida, e um menor.
As três mulheres foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto, enquanto o menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro.
O ministro da Administração Interna pediu a abertura de um inquérito à fuga dos migrantes, para apurar “as circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos” do SEF e da PSP.
No mesmo dia, Eduardo Cabrita, disse que Portugal está a discutir com Marrocos, já em fase avançada, um programa de imigração legal, que espera concluir em breve.
Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África. O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.
ZAP // Lusa