Sem candidatos para responder aos concursos públicos, a Infraestruturas de Portugal vai subir o preço destas empreitadas para evitar novos atrasos.
Cinco obras do plano de investimento Ferrovia 2020 não ficarão prontas no prazo previsto porque não há candidatos a responderem aos concursos públicos lançados, este ano, pela Infraestruturas de Portugal. De acordo como o Dinheiro Vivo, a solução passará por subir os preços das empreitadas.
O plano Ferrovia começou há quatro anos, mas tem apenas 5% das obras concluídas. O orçamento total é de 2.171 milhões de euros, e mais de 50% provêm de fundos comunitários ao abrigo do Portugal 2020.
No entanto, apesar de haver financiamento, há atrasos na realização das obras. A linha mais afetada é a do Algarve: a eletrificação dos troços entre Tunes e Lagos e entre Faro e Vila Real de Santo António ficará pronta apenas no terceiro trimestre de 2023, face à anterior previsão de início de 2023.
Segundo o jornal, a IP reconhece que não considerou o tempo necessário para a avaliação de impacte ambiental dos dois troços, mas que estão também a ocorrer “dificuldades dos projetos, do mercado de obras públicas na fase de contratação e na articulação com as autarquias das soluções a desenvolver”, numa apresentação feita na Assembleia da República.
As dificuldades do mercado de obras públicas obrigaram a IP a mudar, novamente, a data de conclusão da eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e Régua. Em fevereiro de 2016, a empresa previa que o trabalho ficasse pronto no último trimestre deste ano, mas a revogação do contrato com os projetistas deixou a obra parada. Segundo o Dinheiro Vivo, a nova previsão aponta que os comboios elétricos possam chegar à Régua no final de 2023.
Na linha do Norte também há atrasos. No troço entre Válega e Espinho, por causa de um novo projeto de execução, a renovação integral de via só estará terminada no final de 2023, mais de quatro anos depois do prazo previsto inicialmente.