Uma aluna da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (UP) apresentou queixa-crime contra um professor que a terá forçado a manter relações sexuais durante vários meses. A Faculdade já abriu um inquérito.
A aluna de 20 anos acusa um professor de cerca de 40 anos de a ter coagido a manter relações sexuais com ele durante vários meses, no primeiro semestre do ano lectivo passado.
Os abusos terão ocorrido no gabinete do docente na Faculdade de Letras e também no apartamento onde a jovem vivia, conforme apurou o Público.
A jovem diz que o docente a “manipulava” e que “abusava da sua autoridade” para a “obrigar a ter relações sexuais de toda natureza”, segundo declarações divulgadas pelo jornal.
“Disse que tinha poder para prejudicar as minhas notas, podia fazer com que fosse expulsa da Faculdade“, conta ainda a jovem que é de nacionalidade estrangeira.
Tinha chegado a Portugal em 2020, poucos meses antes de os abusos começarem, e tinha sofrido uma “forte depressão na adolescência e continuava a precisar de acompanhamento psiquiátrico e psicológico”, refere ainda o Público.
Assim, a jovem acabou por abafar o caso. Mas, a 21 de Abril passado, apresentou queixa-crime numa esquadra da PSP, sendo influenciada pelas denúncias de assédio e abuso sexuais na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
“Na minha cabeça, ele podia fazer o que quisesse”
Em declarações divulgadas pelo Público, a aluna conta que os abusos começaram quando pediu ao professor orientação para um trabalho da cadeira.
“Ele disse que eu era bonita e outras coisas inapropriadas para um professor dizer a uma aluna. Colocou a mão em cima das minhas pernas, acariciou-me o busto, tocou os meus seios. Fiquei petrificada. Não soube o que dizer, o que fazer… Quando me dei conta, pedi para ele parar, levantei-me e saí da sala”, relata a jovem.
Depois disso, o professor enviou-lhe um email para ir ao gabinete dele e ela foi, pensando que ia ouvir “um pedido de desculpas”, como nota o Público.
“Aconteceu a mesma coisa, só que desta vez eu não consegui sair da sala. Fiquei petrificada. Ele coagiu-me a ter relações sexuais“, conta ainda.
“Na minha cabeça, ele podia fazer o que ele quisesse. Eu fiz o que ele pediu para eu fazer. Quando acabou, ele disse-me que aquilo ia continuar a acontecer. E que eu ia ter de concordar com tudo, se não ia sofrer as consequências“, acrescenta a jovem.
O professor terá mantido encontros semanais com a aluna, que terá chegado a engravidar. “Disse-lhe que não ia fazer um aborto. Ficou furioso comigo. Foi violento comigo pela primeira vez. Empurrou-me e eu caí no chão“, conta também ao mesmo jornal.
Esse terá sido o último encontro entre ambos. Em Março passado, a jovem diz que acabou por sofrer “um aborto espontâneo”.
“É uma mentira medonha”
A Faculdade de Letras já abriu um inquérito para investigar as denúncias da estudante.
Entretanto, o advogado do professor, Augusto Ínsua Pereira, refere ao Público que “é uma mentira medonha” e que “não houve qualquer abuso sexual”. “Isto surge num quadro que há-de ser esclarecido na próxima semana”, aponta ainda.
Ínsua Pereira acrescenta que o professor quer ser “ouvido pelas autoridades o mais depressa possível”.
“É uma situação delicada. Trata-se de uma pessoa que tem uma família e uma carreira e que se vê a braços com uma acusação que pode alterar significativamente a sua vida”, salienta ainda o advogado.
Já a directora da Faculdade de Letras refere ao Público que não existem outras queixas contra este professor.
A aluna já cancelou a matrícula na Faculdade e prepara-se para sair de Portugal com a família.
Será?…
Ainda por cima engravidou e queria manter a gravidez?..
Tudo muito estranho…
Coagir? Em pleno sec. XXI ?