Soldados “entrarão em breve em ação” para reforçar as forças a norte. Risco de um confronto aberto entre Israel e o Hezbollah é cada vez mais elevado.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, avisou esta segunda-feira que o Exército entrará em ação “muito em breve” no norte do país, na fronteira com o Líbano, onde Israel voltou a realizar ataques aéreos contra o movimento xiita Hezbollah.
O ministro informou os soldados estacionados perto da fronteira com a Faixa de Gaza que deixariam a região para serem transferidos para o norte do país, junto da fronteira com o Líbano.
“Em breve entrarão em ação (…) para que as forças do norte sejam reforçadas”, disse Yoav Gallant, acrescentando que os reservistas deixariam as suas posições para se prepararem para estas futuras operações.
O chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, indicou recentemente que a probabilidade de uma guerra “nos próximos meses” no norte do país era atualmente “muito maior do que no passado”.
As forças israelitas afirmaram esta segunda-feira que voltaram a atacar várias posições Hezbollah no sul do Líbano, em resposta a tiros da milícia do grupo xiita.
“Ao longo do dia, foram identificados vários lançamentos provenientes do Líbano que cruzaram o norte de Israel. Em resposta, soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram o foco do fogo, bem como outras áreas do Líbano”, informou esta segunda-feira um relatório militar.
Os aviões israelitas também atacaram “dois locais militares do Hezbollah onde vários terroristas foram identificados” na zona sul de Yaroun, refere o comunicado, e um terceiro de onde os eram lançados foguetes.
Por seu lado, o Hezbollah assumiu a responsabilidade, na rede Telegram, por nove ataques realizados com foguetes e mísseis contra grupos de soldados israelitas perto da fronteira, incluindo em Al-Samaqa, uma cidade disputada nos Montes Golã, Birkat Risha e Jal al-Alam.
O risco de um confronto aberto entre Israel e o Hezbollah é cada vez mais elevado depois de 113 dias de hostilidades na região e de crescentes trocas de tiros na fronteira, que vive o seu maior pico de tensão desde a guerra de 2006.
Desde o início desta crise, já morreram mais de 230 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 174 vítimas nas suas fileiras, algumas das quais na Síria.
O conflito provocou já cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
Hamas exige “cessar-fogo completo” antes de acordo
O Hamas quer negociar um “cessar-fogo completo” com Israel na Faixa de Gaza, antes de qualquer acordo, adiantou esta segunda-feira um alto funcionário do movimento islamita palestiniano à agência France-Presse (AFP).
“Estamos a falar acima de tudo de um cessar-fogo completo e total e não de uma trégua temporária”, frisou Taher al-Nounou, um alto funcionário do Hamas, na sequência do encontro, que decorreu em Paris este fim de semana, entre autoridades dos EUA, Israel, Qatar e Egito, tendo em vista um cessar-fogo no território palestiniano.
Assim que os combates cessarem, “o resto dos detalhes poderão ser discutidos”, incluindo a libertação dos cem reféns israelitas ainda detidos em Gaza, frisou Taher al-Nounou.
Um plano para o fim dos combates na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns vai ser proposto ao Hamas, anunciou o primeiro-ministro do Qatar, após reuniões com responsáveis norte-americanos, israelitas e egípcios.
Mohammed ben Abdulrahman al-Thani declarou à estação televisiva norte-americana NBC que esta semana foram feitos “progressos assinaláveis” nas conversações e que as diversas partes “esperam transmitir esta proposta ao Hamas e levá-lo a comprometer-se de forma positiva e construtiva no processo”.
Vários meios de comunicação social têm avançado que o objetivo dos encontros é chegar a “um ponto de partida” para iniciar conversações e conseguir abordar os passos para uma trégua em Gaza.
Neste momento, Israel admite apenas um cessar-fogo temporário para permitir a libertação dos reféns e prosseguir depois o seu objetivo de desmantelar o Hamas, enquanto este movimento islamita palestiniano exige a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.
Em reação a notícias sobre um acordo com o Hamas, mediado pelo Qatar, envolvendo a libertação de reféns israelitas detidos em Gaza e um cessar-fogo por parte das forças israelitas, Israel assegurou que não aceitará como moeda de troca das negociações em curso um fim da guerra em Gaza.
“As informações sobre o acordo (de trégua) são incorretas e incluem condições que não são aceitáveis para Israel”, frisou hoje o governo israelita em comunicado, reiterando como seu objetivo último a “vitória total” sobre o Hamas.
“O caminho para um acordo (ainda) é longo“, assegurou à EFE um responsável israelita, que insistiu que “está a fazer-se e continuará a ser feito tudo o que for possível para a libertação dos reféns”, detidos pelo Hamas há 115 dias.
O jornal conservador israelita de maior circulação, Israel Hayom, noticiou hoje que os chefes dos serviços de informações Mossad e Shin Bet, reunidos domingo em Paris com mediadores do Qatar, Egito e Estados Unidos, advertiram os seus interlocutores de que Israel não aceitaria como uma condição o fim do conflito.
Os dois lados chegaram a um acordo de tréguas de uma semana, entre os dias 24 e 30 de novembro, que pôs fim aos combates e permitiu a troca de 105 reféns, incluindo estrangeiros, pela libertação de 240 prisioneiros palestinianos, algo que não se repetiu desde então.
ZAP // Lusa
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Estes querem é guerra para se manterem no poder. Quando houve o primeiro cessar-fogo, todos os ataques inclusive dos Houthi’s pararam. Contrariamente à lógica óbvia, está tudo a escalar até o Biden, sabendo que as guerras mantém-nos no poder, ignorando as percas de vidas humanas, a destruição que causa e o impacto nas economias. Só quem ganha são as empresas de armamento e os seus investidores.