Os quatro detidos na quarta-feira por suspeitas de comparticipação na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting, em maio, ficaram em prisão preventiva após interrogatório judicial.
Entre estes quatro detidos estão o ex-líder de claque do Sporting Juventude Leonina, Fernando Mendes, e o condutor e os ocupantes da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.
Dos quatro detidos, apenas Joaquim Costa, um dos ocupantes da viatura, não prestou declarações no primeiro interrogatório.
Após esta diligência, em comunicado distribuído aos jornalistas, o tribunal justificou a aplicação da medida de coação mais gravosa, devido aos “tipos de crime que lhes são imputados” e por se verificarem perigo de fuga, perturbação do inquérito, “continuação da atividade criminosa, bem como de grave perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.
Nesta argumentação, o juiz assentou a decisão ainda na “natureza dos ilícitos em causa e à visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando, principalmente, o aumento do número e da gravidade dos comportamentos associados ao fenómeno desportivo”.
De acordo com a Procuradoria Distrital de Lisboa (PGDL), os quatro detidos foram constituídos arguidos “por existirem fortes indícios de comparticipação” na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting, em 15 de maio.
Segundo a mesma fonte, os factos em causa são “suscetíveis de integrar a prática dos crimes de introdução de lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravada, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e terrorismo”.
A 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e ‘staff’.
Na altura a GNR deteve 23 dos atacantes, que permanecem em prisão preventiva.
Desde então, o Sporting tem enfrentado uma crise interna, com várias demissões nos órgãos dirigentes, pedidos de demissão do presidente Bruno de Carvalho e jogadores a rescindirem com justa causa.
O capitão e guarda-redes, Rui Patrício, foi o primeiro a tomar essa decisão. “Fui alvo de violência psicológica e de violência física. Isto não pode deixar de constituir justa causa, para que eu, preservando a minha dignidade, pessoal e profissional, me liberte do contrato que me liga ao Sporting Clube de Portugal”, podia ler-se na carta de rescisão.
Seguiu-se o extremo direito Daniel Podence, mas a imprensa desportiva já deu conta de que mais seis jogadores podem avançar com rescisões por justa causa nos próximos dias, entre eles, Gelson Martins, Bas Dost, William Carvalho, Bruno Fernandes, Rodrigo Battaglia e Marcos Acuña.
Esta terça-feira, o Al Hilal confirmou oficialmente Jorge Jesus como o seu novo treinador. O ex-técnico leonino assinou um contrato de uma época, com direito de opção a renovar por mais um ano, com um salário de sete milhões de euros líquidos. O técnico pode ainda ganhar mais três milhões se cumprir “determinados objetivos”.
ZAP // Lusa