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Ex-gestor do Grupo Espírito Santo vai ser julgado nos EUA. Pena pode chegar aos 65 anos

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José Sena Goulão / Lusa

Paulo Murta vai ser julgado por um tribunal norte-americano após a sua extradição ter sido autorizada. Caso seja condenado, a sua pena pode chegar aos 65 anos.

Paulo Murta, antigo gestor do Grupo Espírito Santo (GES) vai ser julgado por um tribunal do Texas, nos Estados Unidos, após os juízes do Tribunal Constitucional permitiram a sua extradição. Murta é suspeito de ter corrompido vários políticos venezuelanos e administradores da Petróleos da Venezuela.

As suspeitas de crime são as mesmas que já constam numa investigação que ainda decorre em Portugal. Com base nisso, Paulo Murta defendia que poderia ser julgado duas vezes pelos mesmos crimes. A demora na investigação portuguesa é um dos fundamentos da autorização da extradição, escreve o Público.

Paulo Murta apresentou um pedido de recusa de extradição, argumentando que naquele estado a justiça tem a mão demasiado pesada. O antigo gestor do GES arrisca uma pena que pode chegar aos 65 anos no pior dos casos. Estão em causa dois tipos de crime, corrupção e branqueamento de capitais.

Murta diz que ficaria numa “situação intolerável”, ao ter de cumprir mais do dobro da pena máxima que lhe poderia ser aplicada pelos mesmos factos em Portugal.

A extradição para os EUA justifica-se pelo facto de uma das subsidiárias da petrolífera venezuelana através das quais foi montado este esquema ter sede em Houston.

“Este tipo de crimes e a sua atividade é desenvolvida, por regra, em um ou mais países, podendo repercutir-se em vários deles. Os diversos intervenientes encontram-se uns, nuns países, e outros, noutros, e tal não impede a respetiva atuação em coautoria. Como não impede que a atividade seja tida como levada a cabo em diversos locais (… ) Neste caso, são os Estados a procurar responsabilizar tais autores pelas suas ações, mas obviamente sem violarem os princípios básicos e universais, ou seja, de não julgar o mesmo arguido, pelos mesmos factos, em diferentes Estados”, determinou a justiça portuguesa.

“Tendo em atenção o atraso na tramitação do processo de inquérito, entende-se não existir nada que impeça o deferimento da extradição”, lê-se ainda no acórdão.

Paulo Murta é suspeito de ter pagado luvas no valor de milhões de euros, entre 2011 e 2014, para que empresas do universo da petrolífera venezuelana comprassem dívida da Espírito Santo International (ESI) e de outras holdings do GES.

Daniel Costa, ZAP //

11 Comments

  1. Seria absolutamente hilariante, e triste, se pelo menos um dos envolvidos nas maroscas do BES fosse condenado nos EUA, depois de não ter sido possível fazer nada em Portugal. Melhor ainda se for uma pena à Americana, de 40 anos para cima.

    • Isso já aoconteceu nos submarinos. Houve condenados na Alemanha e na Grécia. Em Portugal, quando as provas chegaram, o carro onde se encontravam foi assaltado!!!
      Portugal é um país do carvalho.

  2. Pois…teve azar …Os EUA não brincam, aqui é a pouca vergonha que se conhece, lá a música é outra, espero que apodreça na cadeia, não tenho pena nenhuma, já agora , Sócrates, Salgado, etc podiam também ser despachados para lá, talvez estabelecer um protocolo do tipo o nosso lixo politiqueiro e banqueiro corrupto ser julgado e condenado lá, já que aqui não há coragem para coisa nenhuma, e os americanos recebiam descontos no turismo aqui, e outras contrapartidas, uma excelente cooperação transatlântica seriamente a considerar e seguramente muito proveitosa para limparmos o nosso país.

  3. Este tipo de crime tem de ser punido exemplarmente sem contemplacoes nem paninhos quentes.

    Portugal e o paraizo onde juizes e decisores de varias ordens deixem de ter memoria, envasiam-se, ficam mudos, silenciam-se e dinheiro perde-se em labirintos fora e dentro do pais…e nada acontence. Viva a corrupcao, viva aos politicos, banqueiros, juizes e muito mais…onde estao contribuir para arruinar o pais e o futuro da etica e da educacao…. sao e dao um optimo mau exemplo como devem exercer as suas profissoes….

  4. …”Paulo Murta apresentou um pedido de recusa de extradição, argumentando que naquele estado a justiça tem a mão demasiado pesada” AHAHAH, pois cá nem pesada nem leve.

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