O ex-vice-presidente da Cercig, a cooperativa de solidariedade social da Guarda com estatuto de utilidade pública, foi acusado de crime de participação económica em negócio, punível com 5 anos de prisão.
De acordo com o Ministério Público, José Sequeira Abrantes usou a instituição de solidariedade social para garantir dezenas de contratos a duas empresas nas quais era sócio-gerente.
Sequeira Abrantes está à espera de saber se vai a julgamento, mas, segundo o Público, diz não se sentir “minimamente culpado”, uma vez que pediu a abertura de instrução do processo, a fase de pré-julgamento no final da qual o caso pode ser arquivado.
O Ministério Público, pelo contrário, quer que o ex-vice-presidente seja condenado e, ainda, proibido de exercer quaisquer funções públicas que impliquem bens ou serviços, durante 5 anos.
Segundo a acusação, durante o período em que Sequeira Abrantes fez parte da direção, a Cercig renovou “17 apólices de seguros e constituiu 53 novas apólices, numa despesa no valor de 167 mil euros“. Isto terá rendido ao arguido um conjunto de comissões no valor de mais de 20 mil euros.
Além disso, a Cercig encomendou também projetos de arquitetura a uma outra empresa do arguido, a Gearqtec, no valor de cerca de dez mil euros. O Ministério Público afirma que “José Abrantes agiu de modo a privilegiar os interesses patrimoniais das suas empresas”.
Segundo a investigação levada a cabo pela diretoria do Centro da Polícia Judiciária, a Cercig não procurou no mercado empresas que fornecessem o mesmo tipo de serviços, por um preço melhor.
Ao Público, Sequeira Abrantes garante: “Nunca roubei nada a ninguém. Trabalhei 30 anos para a Cercig como voluntário e nunca fui remunerado. Isto não é a Raríssimas!”
José Igreja, presidente da instituição, que chegou a ser arguido no processo mas acabou por não ser acusado, confirma que Sequeira Abrantes gastou na Cercig “muitas dezenas de milhares de euros do bolso dele”. O presidente defende o arguido e lembra, também, que os órgãos sociais não são remunerados.
Mais um …
A notícia verdadeira parece ser “uma instituição pública onde não se rouba”.