Estela Silva / Lusa
Carlos Meira está de saída do CDS, onde diz ter conhecido “o pior da sociedade”. Enquanto isso, o líder Francisco Rodrigues dos Santos prepara uma nova imagem gráfica do partido.
“Foi no CDS que conheci o pior da sociedade.” Carlos Meira, militante democrata-cristão que se candidatou à presidência do partido no Congresso de janeiro, anunciou esta terça-feira a desfiliação, sem esclarecer os motivos da sua saída.
Ao fim de quase 20 anos de militância, Carlos Meira diz que foi entre os democratas-cristãos que conheceu “o pior da sociedade e da natureza humana“, mas garante que nunca o conseguiram “calar”, avança o Jornal Económico.
“Hoje encerro um ciclo. Desfiliei-me do CDS e afasto-me da política partidária. A participação cívica, felizmente, não se esgota nos partidos políticos, penso que cada vez mais será esse o caminho”, escreveu no Facebook.
Na publicação, o ex-presidente da concelhia do CDS-PP de Viana do Castelo explica que os quase 20 anos de atividade política, foram “uma enorme e profunda aprendizagem”, mas não esclarece o que levou à rutura com o partido.
“Numa época em que qualquer um escreve livros, eu não vou escrever um livro, mas quem sabe se um dia não ‘abrirei o livro’”, sublinha. “Nunca quis e nunca fiz da política forma de viver e de sobreviver, nunca me conseguiram comprar, nunca conseguiram calar a minha voz, sobretudo em defesa da cidade que amo, Viana do Castelo.”
Em janeiro, Carlos Meira lançou-se na corrida à liderança do partido, com o objetivo de dar voz aos militantes “oprimidos por um centralismo serôdio e bacoco que abunda em Portugal”. No entanto, acabou por desistir da corrida, sem declarar qualquer apoio aos restantes candidatos, admitindo apenas estar disponível para se unir a Filipe Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos para vencer João Almeida.
CDS de cara lavada
Francisco Rodrigues dos Santos quer dar a volta ao momento difícil que o partido atravessa, com as sondagens a revelarem uma queda acentuada. O líder considera que parte da solução pode passar pela imagem gráfica e por um slogan forte.
Segundo a Sábado, o CDS-PP está a preparar um rebranding que inclui uma mudança nas cores do partido. Fonte da direção adiantou à revista que os tons a ser usados ainda estão a ser definidos, mas devem ser “azuis mais arrojados“. Além da linguagem gráfica, está também a ser desenvolvido um slogan que sirva de mote à comunicação do partido.
As mudanças serão apresentadas após as eleições legislativas para o Governo Regional dos Açores, marcadas para dia 25 de outubro.
