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Ex-amante (e testa de ferro) de Juan Carlos I revela os seus negócios secretos

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A alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein, apontada como amante do Rei Juan Carlos I, foi apanhada a fazer várias denúncias contra o monarca, nomeadamente confessando que é sua testa-de-ferro e revelando que tem contas bancárias em paraísos fiscais.

As denúncias feitas por Corinna zu Sayn-Wittgenstein, uma filantropa alemã, foram apanhadas em escutas realizadas sem o seu conhecimento, em 2015, durante uma reunião que ela manteve com o ex-comissário da polícia espanhola José Villarejo Pérez, e com o empresário Juan Villalonga Navarro.

O jornal El Español divulgou algumas das revelações feitas por Corinna zu Sayn-Wittgenstein que contou, nomeadamente, que o ex-Rei de Espanha a usava como testa-de-ferro. “Não por gostar muito de mim, mas porque resido no Mónaco“, sustenta a mulher que terá sido amante de Juan Carlos entre 2006 e 2013.

A alemã refere que o facto de o Mónaco ter uma fiscalidade facilitada, nomeadamente em termos da isenção de declaração de bens, levou Juan Carlos a colocar várias propriedades no nome dela. O monarca estará, agora, a pressioná-la para transferir esses imóveis para o nome do primo dele, Álvaro de Orleans de Borbón.

Aleph / Wikimedia

Juan Carlos I de Espanha

Corinna também diz que o antigo Rei tem uma conta bancária num banco do Mónaco no nome deste primo, bem como outra na Suíça no nome do advogado Dante Canonica.

Este advogado trabalhou durante vários anos para Arturo Gianfranco Fasana, gestor suíço apanhado nos “Panama Papers” e condenado por tráfico de influências, fraude fiscal, associação criminosa e lavagem de dinheiro no chamado caso Gürtel.

Este caso judicial envolve uma gigantesca teia de corrupção política, com o Partido Popular no centro, e que já levou à condenação de 31 pessoas. Mas prosseguem em investigação vários inquéritos que podem levar ainda a mais condenações.

Corinna sublinha, na gravação divulgada pelo El Español, a ligação de figuras próximas de Juan Carlos a este caso Gürtel, em especial a uma conta criada na Suíça para movimentar “dinheiro sujo”. O próprio monarca terá recorrido a esta conta, usando o nome do primo, para efectuar pagamentos de voos privados para os EUA.

A alemã também diz que recebeu ameaças de morte do Director do Centro Nacional de Inteligência de Espanha, Félix Sanz Roldán, para não revelar o seu caso com Juan Carlos.

Esse terá sido o motivo que a levou a contactar o ex-comissário da polícia José Villarejo Pérez, recorrendo a Juan Villalonga Navarro, que já foi CEO na Credit Suisse First Boston e na Telefónica em Espanha, como intermediário.

Villarejo Pérez deveria chantagear a Casa Real Espanhola no âmbito do escândalo do relacionamento amoroso entre Juan Carlos e Corinna. O ex-comissário de polícia está detido desde 2017 por organização criminosa, suborno e branqueamento de capitais.

ZAP //

8 Comments

  1. Já nada me espanta, desta realeza caquéctica e fedorenta. Em que o absolutismo ainda é reinante numa €uropa feudalizada.

  2. O dom, é algo que repugna ao mais elementar cidadão, a assistir ao desmoronamento do feudalismo, que ainda paira em algumas cabeças. Corruptos é cadeia porque nós cidadãos pagamos impostos e esta gentalha da realeza fazem o que querem e entendem. E depois tem a distinta lata vir a público com ares de heróis de um passado longínquo.

  3. Quer dizer com isto que a justiça de Madrid irá certamente actuar de igual forma como o está a fazer aos independentistas catalães e aqui certamente com razões mais justificadas e menos políticas.

  4. … apanhado nos Panamá papers… Condenação de 31 pessoas… Diz o texto. Em Portugal os Panamá papers o que deram? Audiências e lucro aos média?

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