Ex-agente secreto revela novos detalhes sobre o assassinato de Kennedy e põe em causa a teoria oficial

Walt Cisco, Dallas Morning News

O presidente dos EUA, John F. Kennedy, foi assassinado em Dallas, no Texas, a 22 de novembro de 1963.

O relato de um ex-agente dos Serviços Secretos presente durante o assassinato está a levantar dúvidas sobre quantas balas foram disparadas.

Décadas após o trágico assassinato do Presidente John F. Kennedy, há novas revelações que estão a abalar o que sabemos sobre um dos eventos mais escrutinados da América.

Paul Landis, um ex-agente dos Serviços Secretos que foi uma testemunha próxima do assassinato, revelou em entrevista ao The New York Times que retirou uma bala do carro após Kennedy ser baleado e deixou-a na maca do ex-Presidente no hospital.

Este detalhe aparentemente pequeno está a causar ondas significativas num caso que tem sido analisado desde a década de 1960 e a lançar novamente o debate sobre quantos atiradores estiveram envolvidos e quantas balas foram disparadas.

Os factos básicos do assassinato são bem conhecidos: a 22 de novembro de 1963, Kennedy foi assassinado enquanto estava numa limusina descapotável ao lado da primeira-dama Jackie Kennedy, o Governador do Texas John Connally Jr. e a sua esposa, em Dealey Plaza, em Dallas. Kennedy foi baleado na cabeça e no pescoço, enquanto Connally sobreviveu. Lee Harvey Oswald foi identificado como o único atirador pelo relatório da Comissão Warren.

O relatório também introduziu a “teoria da bala única“, sugerindo que a mesma bala que passou pelo pescoço de Kennedy atingiu Connally, causando-lhes as lesões. A bala encontrada na maca de Connally apoiou esta teoria.

Landis estava no estribo de um carro que seguia a limusina onde Kennedy circulava quando ouviu uma saraivada de tiros e uma bala atingiu o Presidente pelas costas. Após o cortejo chegar ao hospital, o ex-agente diz que encontrou uma bala no carro de Kennedy, apanhou-a e colocou-a na maca do Presidente.

No entanto, as suas observações – feitas cerca de um mês antes de publicar um livro de memórias – diferem de duas declarações escritas que entregou pouco depois do assassinato. Landis guardou esta informação durante décadas, sem nunca a ter partilhado com a Comissão Warren ou em qualquer relatório oficial. O ex-agente sofria de stress pós-traumático grave e estava privado de sono na altura do assassinato.

A revelação suscitou interpretações diferentes. Alguns acreditam que mina a teoria da bala única e que pode reabrir a especulação sobre se Oswald agiu sozinho. Independentemente da interpretação, a revelação de Landis garante que o debate em torno do assassinato de JFK continuará durante anos.

Adriana Peixoto, ZAP //

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