As previsões de uma inclinação para a direita mais radical entre os eleitores decidem-se nas eleições para o Parlamento Europeu que se realizam este domingo.
A grande pergunta de hoje é: será que a extrema-direita consegue estabelecer alianças com a família de centro-direita, mais concretamente, com o Partido Popular Europeu (PPE)?
A capacidade da direita radical, que promete políticas mais restritivas em áreas como migração e ação climática, de exercer uma influência significativa dependerá da sua habilidade em formar uma frente unida, o que até agora tem sido um desafio devido a divisões internas.
O cenário político complica-se pela desorganização dentro do próprio bloco da direita. Sem a coligação com o centro, o Grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR) e o grupo Identidade e Democracia (ID), muito distantes, não têm conseguido entender-se.
Em Itália, Os Irmãos de Itália e o Reagrupamento Nacional ganham terreno, o que poderá resultar numa representação de até 20% no palco europeu. Giorgia Meloni emerge como figura central, com outros partidos a procurarem o seu apoio para formar alianças.
Ursula von der Leyen, candidata do PPE, procura apoio junto de Meloni para assegurar um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia, o que tem provocado tensões dentro do seu próprio bloco político.
Simultaneamente, é Marine Le Pen quem corteja Meloni para unir forças de direita na Europa.
A tradicional coligação de centro tem sido a força dominante no Parlamento Europeu, mas está sob pressão, com um crescente descontentamento que empurra os eleitores não só para a direita, mas também para a esquerda.
Embora von der Leyen esteja bem posicionada para continuar no cargo, a necessidade de uma maioria absoluta e as divisões internas podem complicar sua reeleição. O Parlamento Europeu votará secretamente em setembro, e é possível que surjam candidaturas inesperadas.
A constituição das bancadas do Parlamento Europeu só será conhecida na sessão plenária constitutiva, agendada para 16 a 19 de julho.