Europa vai ter megafábricas de IA para competir com EUA e China

3

Estratégia aproveitará a rede de supercomputadores da EuroHPC para construir infraestruturas de computação avançadas para apoiar a “saúde, indústria, clima ou finanças”. Eis o que se sabe sobre a “Bússola da Competitividade” da UE.

A Comissão Europeia está a preparar uma nova estratégia para impulsionar a competitividade da União Europeia que envolve um forte investimento na Inteligência Artificial (IA), nomeadamente a criação de “megafábricas de IA” para fazer frente às potências tecnológicas dos Estados Unidos e da China.

A iniciativa é a proposta central do programa “Bússola da Competitividade” da UE, que delineia a política económica europeia para os próximos cinco anos. A criação de uma Estratégia Continental para a IA aproveitará a rede de supercomputadores da EuroHPC para construir infraestruturas de computação avançadas acessíveis a investigadores, startups e indústrias.

“Aproveitando a rede existente de classe mundial de supercomputadores da EuroHPC, esta iniciativa procura estabelecer as primeiras ‘megafábricas’ de IA na Europa, impulsionando o seu poder de computação e tornando-o acessível a investigadores, startups e indústrias para estas treinarem, desenvolverem e melhorarem os seus modelos de IA”, lê-se, de acordo com o Jornal Económico, no documento que será apresentado esta quarta-feira, segundo a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.

Estas megafábricas de IA serão “ecossistemas dinâmicos que promovem a inovação, colaboração e desenvolvimento no ramo da IA, […] servindo como centros de avanço e promoção da IA em vários setores, como a saúde, indústria, clima ou finanças”. A UE anunciou, no final do ano passado, a criação das primeiras sete unidades, uma das quais contará com a participação de Portugal, Roménia e Turquia no projeto de atualização do sistema EuroHPC em Barcelona.

A iniciativa visa atrair investimento para a Europa, necessário para reduzir a diferença económica face às principais potências concorrentes.

Desregulamentar, descomplicar

O ex-primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que reúne esta quarta-feira com o Conselho de Estado para discutir o seu relatório sobre o futuro da competitividade da União Europeia, estima que sejam necessários 800 mil milhões de euros anuais para equilibrar a competição com os EUA e a China. A aposta da Comissão Europeia será virada para a desregulamentação, criação de legislação mais simples e redução da burocracia.

Um dos passos para simplificar o ambiente de negócios será a nova classificação para empresas médias permitindo que estas escapem a exigências de reporte excessivas. Além disso, todas as empresas beneficiarão de uma redução de 25% nas obrigações de reporte, sendo que, para as pequenas e médias empresas, a redução será de 35%.

Para complementar estas medidas, a Comissão Europeia planeia reforçar o mercado de capitais único e desenvolver uma plataforma comum para aquisição de matérias-primas críticas.

ZAP //

3 Comments

  1. Vai pois… megafábricas de nada, dependentes de materiais importados até que alguém tipo Trump feche a torneira. Nem consegue igualar os chineses em tecnologia nos automóveis. Veja-se nos chipsets o que é europeu… Cobram mais impostos do que investem nos cidadãos, depois saem-se com estas ideias em que usamos tudo o que é produzido pelos outros.

  2. Os americanos e os chineses até já estão a tremer para nao dizer outra palavra com tremendas fábricas de IA da europa.
    A julgar pelas grandes empresas de sistemas operativos, motores de pesquisa, redes sociais entre outros existentes na Europa, deve ser mesmo algo em grande. Deve ser um investimento para aí de 10 milhões de euros.
    Alguma vez os EUA iriam deixar a europa entrar no big data? Tenham juizo, esse é um negócio dos EUA e daqueles que estes não conseguem controlar.
    Mais facilmente acreditava numa medida dessas na china do que na Europa.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.