Europa entrou na “era pré-guerra”

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PlatformaRP / Flickr

O ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk

Ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk afirma que “qualquer cenário é possível” face à guerra na Ucrânia e que a UE reconheceu a necessidade de uma defesa comum “independente e autossuficiente”.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, alertou que há uma ameaça “real” de conflito na Europa e que o continente entrou numa “era pré-guerra” pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, citando o conflito prolongado entre Moscovo e Kiev após a invasão do território ucraniano pelos russos.

Nas últimas semanas, a Rússia intensificou o seu bombardeamento contra a Ucrânia, que faz fronteira com a Polónia, e um dos mísseis russos sobrevoou brevemente o espaço aéreo polaco, que é país-membro da NATO e da União Europeia (UE).

“A guerra já não é um conceito do passado. É real e começou há mais de dois anos. O mais preocupante agora é que literalmente qualquer cenário é possível. Não vemos uma situação como esta desde 1945“, disse Tusk em entrevista ao grupo de europeu LENA na sexta-feira.

A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945 com a rendição da Alemanha de Hitler e o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA.

“Sei que parece devastador, especialmente para a geração mais jovem, mas temos de nos habituar ao facto de que uma nova era começou: a era pré-guerra. Não estou a exagerar, isso está a tornar-se mais claro a cada dia que passa.”

Tusk, que presidiu o Conselho Europeu de 2014 a 2019, fez o comentário um mês depois do aniversário de dois anos da invasão da Ucrânia pela Rússia. A guerra interrompeu uma era de paz na Europa e levou as nações a aumentarem os gastos com defesa e a produção de armas.

Tusk disse ainda que ninguém na Europa se sentiria seguro se Kiev perdesse a guerra.

Defesa comum

O primeiro-ministro polaco afirmou ter notado uma revolução na mentalidade europeia, pois segundo ele ninguém mais no bloco questionaria a necessidade de uma defesa comum “independente e autossuficiente”.

Ele citou como exemplo os dois maiores partidos da Alemanha, o Partido Social-Democrata (SPD) e a União Democrata-Cristã (CDU), que estão “a competir para ver qual deles é mais pró-ucraniano”.

“A União Europeia como uma unidade, como uma organização poderosa, deve estar mentalmente preparada para lutar pela segurança das nossas fronteiras e do nosso território”, disse.

A necessidade de uma Europa mais forte ficou ainda mais clara quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que está a concorrer às eleições de 2024, expressou abertamente opiniões céticas em relação à NATO.

“O nosso trabalho é cultivar as relações transatlânticas, independentemente de quem seja o presidente dos EUA”, disse Tusk na entrevista.

Paz global “não é um dado adquirido”

“O maior problema é que não sabemos quanto tempo nos resta. Esperamos que a Rússia possa ser travada pelos ucranianos”, confessou o chefe da diplomacia da Lituânia em fevereiro, que não é o primeiro a avisar a Europa da aproximação de um conflito global com a Rússia.

Desde o fim da Guerra Fria que não se via um exercício militar como o que a NATO realizou no início de fevereio: 90 mil soldados de todos os 31 países-membros, mais a Suécia, que está ainda em processo de adesão.

Estamos a preparar-nos para um conflito com a Rússia e grupos terroristas“, disse o presidente do Comité Militar da NATO, Rob Bauer. “Se nos atacarem, temos de estar prontos.”

A paz global “não é um dado adquirido”, reforçou o almirante holandês.

No jornal Observador, uma investigadora em política de segurança europeia, Minna Ålander, explica que, ao longo destes dois anos de guerra na Ucrânia, a Rússia aproveitou — de forma eficiente — para criar uma economia de guerra e produção de armamento.

E, nesta altura, alerta: “Já não parece inimaginável que a Rússia se sinta empoderada para atacar a NATO, tendo em conta como o seu ataque à Ucrânia também se baseou numa má avaliação“.

Nos primeiros dias do ano a Suécia avisou que pode haver guerra no seu território. “Muitos já o disseram antes de mim, mas deixem-me fazê-lo a título oficial, de forma mais clara: pode haver guerra na Suécia“, afirmou ministro da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin.

Também a Alemanha está a desenvolver um plano secreto, de preparação para a 3.ª Guerra Mundial.

Também o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, disse que é contra a entrada na Ucrânia na NATO para não “provocar o início da III Guerra Mundial”. A solução seria a Ucrânia ceder território à Rússia, segundo o líder da Eslováquia.

ZAP // DW

2 Comments

  1. Falando sobre o período atual, Jesus declarou: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o cumprimento [do sinal].” (Mateus 24:6)
    A guerra nuclear global (este será o cumprimento do sinal de Jesus) vai começar com um conflito étnico. (Mateus 24:7)
    O profeta Daniel escreve: “No tempo designado [o rei do norte] voltará [as tropas russas voltarão para onde estavam anteriormente estacionadas. Isto também significa ação militar, grande crise, desintegração da União Europeia e da NATO. Muitos países do antigo bloco de Leste voltará à esfera de influência russa]. E entrará no sul [este será o início de uma guerra nuclear], mas não serão como antes ou como mais tarde [estas ações militares não conduzirão a uma guerra nuclear global. Esta guerra só começará após o retorno do rei do norte, e por causa do conflito étnico], porque os habitantes das costas de Quitim [o distante Ocidente, ou para ser mais preciso, os americanos] virão contra ele, e (ele) se quebrará [mentalmente], e voltará atrás”. (Daniel 11:29, 30a) Este será um abate mútuo. A “poderosa espada” também será usada. (Apocalipse 6:4) Jesus o caracterizou assim: “coisas atemorizantes [φοβητρα] tanto [τε] quanto [και] extraordinárias [σημεια] do [απ] céu [ουρανου], poderosos [μεγαλα] serão [εσται].” É precisamente por causa disso haverá tremores significativos ao longo de todo o comprimento e largura das regiões [estrategicamente importantes], e fomes e pestes.
    Muitos dos manuscritos contém as palavras “και χειμωνες” – “e geadas”.
    A Peshitta Aramaica: “וסתוא רורבא נהוון” – “e haverá grandes geadas”. Nós chamamos isso hoje de “inverno nuclear”. (Lucas 21:11)
    Em Marcos 13:8 também há palavras de Jesus: “και ταραχαι” – “e desordens” (a falta de ordem pública).
    A Peshitta Aramaica: “ושגושיא” – “e confusão” (sobre o estado da ordem pública).
    Este sinal extremamente detalhado se encaixa em apenas uma guerra. Isso não será o fim do mundo. Mas todas essas coisas serão apenas como as primeiras dores de um parto. (Mateus 24:8) Este também será o início do Dia do Julgamento. (Apocalipse 1:10) Ainda há tempo para a reconciliação com Deus.

  2. Zandingas e adivinhos, profetas e tolinhos, todos enfronhados em discutir o sexo dos anjos.
    Enquanto isso, outros”inteligentes” lançam nas sociedades a semente das teorias do inevitável, para garantia dos altos lucros belicistas.
    Perigosos ingénuos acompanham as perigosas teorias, alimentando-lhes a sede de sangue… até começarem a perceber que também o seu e o dos seus foi equacionado, nessa temerosa construção teórica.
    Tentarão recuar…. velozmente …. tarde demais.
    O mundo evoluiu, mas há uma casta de seres que recusa abandonar certos instintos, que lhes advêm dos poderes sanguinários da pré-história, donde nunca saíram.

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