A candidatura a sede da Agência Europeia de Medicamentos ter sido entregue a Lisboa tem gerado um intenso debate em Portugal. Entre vários comentários sobre o assunto, Manuel dos Santos chamou “cigana” à deputada socialista e candidata à Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.
O eurodeputado começou por escrever que “os deputados socialistas do Porto votaram a candidatura de Lisboa como sede da Agência Europeia do Medicamento”, o que considerou ser uma “verdadeira vergonha”, destacando “Luísa Salgueiro, dita a cigana”.
Manuel dos Santos acusou a deputada socialista de ser “cigana não só pelo aspeto, mas também porque paga os favores que recebe com votos alinhados com os centralistas”, tendo ainda dito que é uma “desconhecida deputada em Lisboa, que reside na Maia, é protegida por Costa e Pizarro e vai ser candidata à Câmara de Matosinhos”.
As publicações foram rapidamente criticadas por Rui Tavares, ex-deputado do Bloco de Esquerda, e João Galamba, deputado socialista.
“Não posso achar aceitável que um deputado ao Parlamento Europeu se exprima nestes termos racistas”, afirmou Rui Tavares, considerando lamentáveis as declarações de Manuel dos Santos.
“Não achas tu e não acha ninguém. Uma vergonha de MEP”, respondeu João Galamba.
Perante as más reações aos seus comentários, eurodeputado socialista já disse que não irá responder “a grupos organizados das redes sociais destinados a reverter afirmações fora de contexto para ataques”, garantindo que não é racista.
Luísa Salgueiro, que esta sexta-feira inaugura a sede da sua candidatura a Matosinhos, ainda não se pronunciou sobre as declarações polémicas de Manuel dos Santos.
Costa defende expulsão de Manuel dos Santos
O secretário-geral do PS, António Costa, criticou nesta sexta-feira o eurodeputado socialista Manuel dos Santos, afirmando que se tornou “uma vergonha para o PS”, e defendeu a sua expulsão do partido por “preconceitos racistas”.
“Há muito que Manuel dos Santos desonra o seu passado. Hoje tornou-se uma vergonha para o PS. Espero que a Comissão rapidamente nos liberte da companhia de quem partilha preconceitos racistas”, disse António Costa.