Irão não, Rafah pode ser: EUA dão luz verde a invasão israelita

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U.S. Government

O presidente dos EUA, Joe Biden, ao telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu

Afinal, não é “linha vermelha”. Os EUA acabam de aceitar o plano de Israel para atacar Rafah, avança a imprensa israelita. Netanyahu terá recuado na resposta militar pré-aprovada ao ataque do Irão.

48 países das Nações Unidas condenaram este ataque. Netanyahu não deu ouvidos e, ao que tudo indica, vai mesmo acontecer.

Os EUA acabam de aceitar o plano de Israel para invadir a região de Rafah, no sul de Gaza, que de momento é refúgio para cerca de 1,5 milhões de palestinianos. A “luz verde” chega da Casa Branca, no entanto, com uma condição: não atacar o Irão.

Os EUA terão oferecido, em troca de uma megaoperação contra Teerão, que atacou Israel este domingo, a sua permissão para a invasão há muito ambicionada por Israel, avançam o The Times of Israel, o The Jewish Chronicle e o The Jerusalem Post esta quinta-feira.

“A administração americana aceitou o plano previamente apresentado pelo governo de ocupação relativamente à operação militar em Rafah, em troca da não realização de um ataque em grande escala contra o Irão“, disse um funcionário anónimo ao Al-Araby Al-Jadeed.

Este último avança que as autoridades egípcias revelaram a um meio de comunicação do Qatar que os EUA aceitaram o plano de Israel para uma operação em Rafah, onde estarão estacionados, acredita Israel, quatro batalhões do Hamas, bem como os seus líderes e, possivelmente, alguns dos reféns israelitas.

Estarão já em curso preparativos para que o Egito possa lidar com o eventual impacto da operação, segundo as autoridades egípcias.

Irão não quer escalada de tensões

O Irão enviou várias mensagens aos EUA a garantir que não pretende aumentar as tensões no Médio Oriente com Israel, segundo o chefe da diplomacia iraniana.

“O que pode aumentar as tensões na região é o comportamento do regime sionista”, afirmou Hossein Ami-Abdollahian esta quarta-feira.

Israel sublinhou, no entanto, o seu “direito de se proteger” do Irão depois do ataque ao seu território, também ele desencadeado pelo ataque israelita à embaixada iraniana em Damasco, em que, entre um total de 16 mortos, dois altos quadros militares iranianos morreram, incluindo um responsável da força de elite (Quds) do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica iraniana.

Afinal, não é “linha vermelha”

A notícia surge depois de o presidente dos EUA Joe Biden ter dito alegadamente a Netanyahu, durante uma chamada telefónica no sábado, que Washington não participaria nem apoiaria um ataque de retaliação israelita.

Ainda no mês passado Biden reforçava, no entanto, que o primeiro-ministro israelita “tem de tomar mais atenção à perda de vidas inocentes em consequência das ações tomadas” e que um possível ataque a Rafah seria “uma linha vermelha”.

“Ele está a fazer mais mal do que bem a Israel”, disse o líder dos EUA.

Em meados de fevereiro, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu prometeu que Israel iria invadir Rafah.

Apesar de governos e organizações não-governamentais internacionais terem avisado que os palestinianos já não têm para onde ir, Netanyahu insiste na ideia, alegando a necessidade de erradicar o movimento islamita palestiniano que atacou Israel há quatro meses.

Sem dar pormenores sobre o destino da população, confirmou recentemente que já há data marcada para o lançamento dos seus planos.

Tomás Guimarães, ZAP //

3 Comments

  1. “não têm para onde ir” será que são mais uns tantos para a europa?

    Agendas a cumprirem-se

    “Game of Thrones”

  2. Não… não se preocupe que dificilmente os deixarão sair vivos seja para onde for… como não se sabe quem é do Hamas ou não a solução dos Israelitas é matar tudo mesmo.

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