O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira que está “perto” de chegar a um acordo com França sobre a taxa aplicada aos gigantes tecnológicos norte-americanos Google, Amazon, Facebook e Apple.
Definitivamente adotado em 11 de julho em França, o imposto chamado GAFA (acrónimo que designa os gigantes tecnológicos Google, Amazon, Facebook e Apple) cria uma imposição sobre aquelas empresas, incidindo não sobre os lucros, que são consolidados em países de baixa fiscalidade, como a Irlanda, mas sobre o volume de negócios, enquanto se espera por uma harmonização das regras ao nível da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
“Estamos a aproximar-nos. Eles querem um acordo e veremos se chegaremos lá. Estamos perto”, afirmou Donald Trump quando questionado sobre um eventual acordo com a França sobre esta delicada questão, que levou o Presidente norte-americano a ameaçar taxar o vinho francês como represália. Trump falava na cimeira do G7, os sete países mais industrializados, que decorre em Biarritz, sudoeste de França.
O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, recebeu o seu homólogo do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, na sua casa em Saint-Pée-sur-Nivelle, uma vila não muito distante de Biarritz, para discutir este dossiê.
No sábado, também em Biarritz, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu que os gigantes tecnológicos norte-americanos devem ser taxados de forma “justa e apropriada”, aproveitando a crescente tensão entre França e os Estados Unidos sobre esta matéria.
Em julho, o Senado francês aprovou uma taxa de 3% que seria aplicada a empresas que prestam serviços digitais com mais de 25 milhões de euros de volume de negócios em solo gaulês e 750 milhões de euros a nível mundial. A decisão foi vista por Trump como um “ataque” às companhias tecnológicas norte-americanas.
“Não fizeram a coisa certa”, salientou o presidente dos EUA aos jornalistas. “Nós é que taxamos as nossas empresas, eles não as taxam”, referiu ainda Trump, notando que a sua administração está “a trabalhar” na aplicação de taxas ao vinho francês.
Os EUA são o maior importador de vinho francês de todo o mundo. As exportações de vinho para os EUA renderam à economia francesa 3,2 mil milhões de euros em 2018. O vinho é o segundo sector mais exportador do país a seguir à indústria aeroespacial.
Outros países da União Europeia, incluindo Espanha, Grã-Bretanha e Itália, já manifestaram também a intenção de aplicar taxas às gigantes tecnológicas mundiais.
ZAP // Lusa