EUA expulsaram “secretamente” dois diplomatas chineses

Dan Scavino / Wikimedia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente da China, Xi Jinping

Os Estados Unidos expulsaram “secretamente” dois diplomatas chineses que tentaram entrar numa base militar norte-americana na Virgínia, avança o The New York Times.

De acordo com o The New York Times, em setembro, dois diplomatas chineses tentaram entrar numa base militar norte-americana, na Virgínia. Agora, os Estados Unidos expulsaram “em segredo” esses diplomatas.

Pelo menos um dos visados é suspeito de ser um agente dos serviços secretos chineses. O jornal cita vários responsáveis norte-americanos, que pediram anonimato, e indica que estas serão as primeiras expulsões de diplomatas chineses por espionagem em mais de 30 anos.

O incidente, que decorre numa altura em que os dois países estão envolvidos numa guerra comercial, teve lugar em setembro em “instalações sensíveis” perto de Norfolk, na Virgínia, onde se encontram forças especiais.

Dois responsáveis da embaixada da China em Washington, acompanhados pelas suas mulheres, apresentaram-se num carro no posto de controlo desta base, mas como não tinham autorização, um agente pediu-lhes que partissem, o que não fizeram, uma vez que o veículo continuou em direção à base, escapando ao controlo dos militares norte-americanos e acabando depois por ser bloqueado por camiões.

O motivo desta tentativa de incursão não foi clarificado, mas responsáveis norte-americanos pensam que os diplomatas queriam estudar os dispositivos de segurança do local. Os chineses argumentaram que foi um erro, alegando que percebiam mal o inglês e que não compreenderam as indicações, o que não convenceu as autoridades norte-americanas.

A expulsão, que teve lugar “no outono”, segundo o The New York Times, não foi divulgada publicamente por nenhum dos países e Pequim não retaliou até agora com a expulsão de diplomatas dos Estados Unidos. Questionado pela AFP, o Departamento de Estado não deu resposta no imediato.

Os Estados Unidos e a China concluíram esta semana um acordo preliminar a nível comercial, depois de meses de conflito com a imposição recíproca de taxas alfandegárias.

Os dois países mantêm, no entanto, vários diferendos, da espionagem industrial às violações dos direitos humanos, passando pela situação na região administrativa especial chinesa de Hong Kong.

Sem que se saiba se teve qualquer ligação com o incidente na Virgínia, o governo norte-americano determinou em outubro que os diplomatas chineses em funções nos Estados Unidos têm de notificar o Departamento de Estado antes de qualquer contacto oficial com uma série de interlocutores norte-americanos. A China anunciou, no início de dezembro, medidas idênticas, em retaliação.

ZAP // Lusa

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