Os Estados Unidos entregaram 300 milhões de dólares (273 milhões de euros) à Malásia, dinheiro que os procuradores dizem ter sido roubado num esquema de corrupção, anunciou na terça-feira o departamento de Justiça norte-americano.
O dinheiro vem de ativos confiscados no ano passado por um financeiro, Jho Low, após um acordo federal garantido em Los Angeles. O acordo abrangeu ativos que incluíam imóveis em Manhattan e Beverly Hills, um avião de luxo e pinturas de Vincent Van Gogh e Claude Monet.
Low e a família concordaram em entregar mais de 700 milhões de dólares (638 milhões de euros) em ativos e, até o momento, os EUA ajudaram a Malásia a recuperar mais de 600 milhões de dólares (547 milhões de euros), segundo o Departamento de Justiça norte-americano.
Também conhecido como Low Taek Jho, este não reconheceu nenhuma irregularidade no acordo civil. No entanto, continua a ser dado como fugitivo, num processo criminal em Nova Iorque sob acusação de suborno e branqueamento de capitais. Low era consultor de um fundo estatal da Malásia.
Os procuradores alegam que usou dinheiro para subornar funcionários estrangeiros, para pagar imóveis de luxo, arte e joias nos Estados Unidos, bem como para ajudar a financiar filmes de Hollywood, incluindo “O Lobo de Wall Street”.
“A devolução desses fundos roubados para os cidadãos da Malásia é o resultado de esforços incansáveis de procuradores e agentes federais para impedir que cleptocratas estrangeiros e seus associados usem os Estados Unidos como um recreio, onde podem desfrutar dos frutos de sua riqueza roubada”, salientou o procurador norte-americano Nick Hanna, citado no comunicado.
O fundo 1Malaysia Development Berhad foi criado em 2009 pelo então primeiro-ministro Najib Razak para promover o desenvolvimento económico no país.
Os investigadores nos EUA alegaram que pelo menos 4,5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) foram roubados do fundo e alvo de branqueamento de capitais pelas pessoas próximas de Najib.
O descontentamento popular após serem conhecidas as acusações de corrupção contribuiu para a derrota eleitoral em maio de 2018 da coligação que apoiava o Governo. O próprio Najib enfrenta acusações de corrupção por supostamente ter desviado dinheiro do fundo.
// Lusa