A Casa Branca afirmou, esta quarta-feira, que “não existem discussões” sobre um eventual boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno, que vão acontecer em Pequim, em 2022, devido à alegada violação de direitos humanos na China.
“Não tivemos quaisquer discussões, e não temos quaisquer discussões, sobre qualquer boicote ao lado de aliados ou parceiros”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Esta quarta-feira, Pequim pediu aos Estados Unidos que não avançassem com essa medida, dado que “a politização do desporto prejudica o espírito da Carta Olímpica e os interesses dos atletas de todos os países“.
Um porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Ned Price, tinha admitido que Washington ponderava analisar um boicote aos Jogos, após um aumento de pressão de grupos políticos e de defesa dos direitos humanos.
Vários grupos ativistas e políticos republicanos aumentaram recentemente os apelos a um boicote aos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, que devem disputar-se entre 4 e 20 de fevereiro de 2022, com base em alertas de várias organizações não governamentais, que acusam a China de perseguir muçulmanos uigures e de os colocar em campos de concentração, onde serão vítimas de vários abusos, de acordo com relatos de sobreviventes.
No final de março, o Partido Comunista Chinês começou a impulsionar um boicote a várias marcas, entre as quais a H&M, por se terem recusado a usar algodão de Xinjiang – província onde vivem milhões de uigures e que é responsável pela produção de 85% do algodão da China.
Segundo alguns órgãos de comunicação locais, mais de meio milhão de pessoas de grupos étnicos minoritários da região de Xinjiang estão a ser forçados a trabalhar na apanha do algodão.
Este tipo de trabalhos fazem parte do programa de “mitigação da pobreza” levada a cabo pelo regime chinês, o que impulsionou várias sanções por parte do Ocidente ao país asiático.
Pequim alega que apenas criou “centros de prática vocacional” em Xinjiang, que educou as minorias étnicas e livrou-as da pobreza, considerando que as alegações de abusos foram feitas por políticos e académicos anti-China.
ZAP // Lusa