As autoridades norte-americanas do estado do Texas confirmaram a existência de um caso de transmissão por via sexual.
As autoridades de saúde do estado do Texas, nos Estados Unidos, anunciaram esta terça-feira um caso de transmissão do vírus Zika por contacto sexual.
“O paciente foi infetado com o vírus depois de ter relações sexuais com uma pessoa doente, que regressou de um país onde o vírus está presente”, referiu, em comunicado, o Serviço de Saúde do Condado de Dallas, citado pela Lusa.
Já existiam dois casos que também tinham levantado suspeitas sobre a transmissão do vírus por via sexual.
Segundo a diretora dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, Anne Schuchat, foi identificado um caso de infeção com o vírus por contacto sexual e outro em que o vírus foi detetado no sémen de um homem que, duas semanas antes, tinha sido infetado.
Apesar desta situação, a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já afirmou à Lusa não haver “motivos para preocupações adicionais”.
“Neste momento, não há nenhum motivo especial de preocupação. Já aconteceu com outros vírus da mesma família, como o dengue. Não há, para já, nenhum tipo de preocupação adicional. Há motivo sim para continuar a investigar”, defende.
Relativamente à criação de uma vacina para combater o vírus, a responsável diz que existem várias hipóteses, entre elas uma no Canadá e outra num consórcio entre Brasil e Estados Unidos.
“Isto é um movimento normal quando há grande expressão da doença, mas o fabrico leva o seu tempo. A vacina tem de ser eficaz mas também tem de ser segura”, disse.
O Zika é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes aegypti e tem sido muito associado a complicações neurológicas e malformações em fetos mas também é responsável pela transmissão da dengue e do chikungunya.
Esta segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde esteve reunida em Genebra e considerou esta epidemia como uma situação de emergência a nível internacional.
De acordo com a subdiretora, este vírus está mais associado a países que têm o mosquito e que apresentam um clima tropical, como é o caso do Brasil e da Colômbia, os países mais afetados nos últimos dias.
“Nós, aqui, estamos mais descansados. Podemos ter casos importados. Alguns nunca serão detetados, porque as pessoas que são infetadas noutros países não apresentam sintomas e o vírus acaba por desaparecer”, explica.
Relativamente à ilha da Madeira, Graça Freitas diz que o mosquito está circunscrito a algumas zonas, estando as autoridades regionais a analisar a situação.
Para já, em Portugal, existem seis pessoas infetadas com o vírus, sendo todos casos importados e que não afetam nenhuma mulher grávida.
Os ministros da Saúde do Mercosul, mercado comum do continente sul-americano, vão reunir-se esta quarta-feira para avaliar a situação epidemiológica.
ZAP / Abr