O número de casos de covid-19 nos Estados Unidos (EUA) pode ter sido subestimado em até 60%, com as infeções relatadas a representarem “apenas uma fração do número total estimado”.
Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de Washington, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, que teve por base pesquisas realizadas em estados norte-americanos e que incluiu número de mortes, exames diários, a proporção de resultados positivos e informação de rastreio por amostra.
“Existe todo o tipo de fontes de dados em que nos podemos nos basear para entender a pandemia covid-19”, disse ao Guardian Adrian Raftery, professor de sociologia e estatística da Universidade de Washington e um dos autores do estudo.
“Cada fonte de dados tem suas próprias falhas que dão uma imagem tendenciosa do que realmente está a acontecer, e o que queremos é desenvolver uma estrutura que corrigisse as falhas das várias fontes de dados e utilizasse seus pontos fortes para nos dar uma ideia da prevalência da covid-19 numa região, estado ou no país como um todo”, referiu.
A equipa concluiu que até 65 milhões de norte-americanos podem ter sido infetados, quando a contagem oficial da Universidade Johns Hopkins era de cerca de 34,5 milhões.
A subcontagem pode “depender da gravidade da pandemia e da quantidade de testes em cada estado”, apontou Nicholas J. Irons, co-autor do estudo.
“Se há um estado de pandemia severa, mas testes limitados, a contagem inferior pode ser muito alta e perdem-se a grande maioria das infeções que estão a ocorrer. Uma situação diferente é a dos testes serem generalizados onde a pandemia não é tão grave, e aí a taxa de subcontagem seria menor”, sublinhou.
Coronavírus / Covid-19
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