“Eu não vou cair”, diz Dilma

Wilson Dias / ABr

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff

A presidente brasileira Dilma Rousseff disse esta terça-feira que não teme possíveis pedidos de impeachment por partidos de oposição e descartou qualquer possibilidade de renúncia.

“Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Mas não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político”, afirmou a presidente em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Para Dilma, que iniciou ontem uma viagem à Europa, as tentativas de interrupção do seu mandato são “luta política” e “um tanto quanto golpista”. “Não vou cair. Não vou, não vou. Isso é moleza, isso é luta política. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam”, disse a presidente ao ser perguntada sobre um eventual pedido de impeachment.

Sobre a possibilidade de não terminar o mandato, Dilma ressaltou serem necessárias provas para pedir a interrupção do mandato de um presidente. “Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real“, acrescentou.

Perguntada sobre as prisões dos presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez no âmbito da Operação Lava Jato, Dilma disse considerá-las “estranhas” e voltou a fazer críticas sobre a delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. “Não costumo analisar a ação do Judiciário. Agora, acho estranha [o pedido de prisão].”

Em relação às críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua gestão, Dilma voltou a negar atrito com seu antecessor. “Querido, podem querer, mas não faço crítica ao Lula. Não preciso. Deixa ele falar. O presidente Lula tem direito de falar o que quiser.”

Ao ser perguntada sobre o julgamento das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a presidente voltou a negar irregularidades no atraso do repasse de recursos do Estado para os bancos públicos pagarem os gastos com programas sociais ao longo do ano passado. “O governo dará uma resposta circunstanciada, item a item, para o TCU. Não acho que houve o que nos acusam. Aliás, é interessante notar que o que nós adotamos foi adotado muitas vezes antes de nós.”

ABr

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