Um novo estudo, conduzido por musicólogos computacionais da Queen Mary University of London, descobriu que as melodias vocais na música popular se tornaram muito menos complexas ao longo do tempo.
As melodias das canções mais populares de cada ano nos Estados Unidos tornaram-se cada vez mais simples desde 1950, ao mesmo tempo que se registou um aumento da densidade das notas, revelou um novo estudo.
O estudo, conduzido por conduzida por dois cientistas do Reino Unido e da Dinamarca e publicado na quinta-feira na revista Scientific Reports, analisou as principais melodias das cinco canções mais populares de cada ano nas tabelas da Billboard entre 1950 e 2023.
Os autores do estudo estudaram oito características do tom e da estrutura rítmica das melodias. Os resultados revelaram decréscimos significativos na complexidade das músicas em 1975 e 2000, e um decréscimo menor em 1996.
Tanto o ritmo como o tom se tornaram cada vez menos complexos ao longo deste período. “Ambos diminuíram em 30%”, diz Madeline Hamilton, estudante de pós-graduação da Queen Mary University e primeira autora do estudo, citada pelo The New York Times.
O padrão predominante encontrado nestas análises mostra uma complexidade decrescente e uma densidade de notas crescente nas melodias populares ao longo do tempo, especialmente a partir de 2000 .
“Não é que a música esteja a ficar menos complexa”, explica Hamilton. “A melodia está a ficar menos complexa, mas talvez os acordes estejam a ficar mais complexos, ou talvez a produção.”
Os investigadores observaram que a “revolução melódica” de 1975 poderia ser explicada pelo aparecimento de géneros como a new wave, o disco e o stadium rock. As evoluções registadas em 1996 e 2000 poderiam representar o aparecimento do hip hop ou a adoção de equipamentos de áudio digitais.
Segundo os autores do estudo, a principal razão para a diminuição da variedade melódica poderá dever-se ao aumento da complexidade de outros elementos musicais, como o aumento do número médio de notas tocadas por segundo.
A simplificação da melodia não é uma preocupação nova para alguns musicólogos, diz o NYT. “O lugar da melodia como um dos blocos de construção básicos da música está a ser substancialmente reduzido“, explicou em 2014 o compositor Yuval Shrem num artigo para a revista Keyboard, que foi citado no estudo.
O novo estudo acrescenta agora evidências quantitativas rigorosas dessa tendência.
Uau descobriram a lei da batata… mas quem é que no seu perfeito juízo (e ouvido) não sabe isso? Ou será que os americanos são “tão simplórios” que precisam de um estudo científico para perceberem o obvio?
A maior parte da música popular deste século é uma porcaria. Se observarmos e escutarmos os vários top-100, descobrimos que mais de 50% é lixo e o pouco que resta não passa do razoável.