Estudo prevê ataque russo a países da NATO nos próximos 10 anos

MATEUS_27:24&25 / Flickr

Tanques blindados T-90 do Exército da Rússia

Especialistas em assuntos militares preveem que a Rússia pode desafiar militarmente países membros da NATO nos próximos cinco a dez anos, caso a guerra na Ucrânia entre num impasse — o que permitiria a Moscovo reforçar as suas capacidades bélicas.

Um estudo de especialistas em assuntos militares prevê um possível ataque russo a países da NATO nos próximos 10 anos, reporta a Deutsche Welle.

A análise foi divulgada pela Sociedade Alemã de Política Internacional (DGAP), com base em dados de inteligência e círculos militares alemães.

Os autores do estudo, Christian Mölling e Torben Schütz, realçam a necessidade urgente de os países da NATO na Europa reforçarem as suas defesas para dissuadir um potencial ataque russo.

De acordo com Mölling e Schütz, a Lituânia, Letónia e Estónia são os estados membros da NATO mais vulneráveis a um ataque russo, sendo prováveis alvos preferenciais de uma iniciativa bélica de Moscovo.

Apesar das perdas sofridas durante a guerra em curso na Ucrânia, a capacidade militar da Rússia permanece substancial, salientam os autores do estudo.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, reiterou recentemente a importância do papel da Alemanha na defesa da Europa, realçando a importância do país como espinha dorsal da dissuasão e defesa coletiva no continente.

As novas diretrizes da política de defesa da Alemanha colocam atualmente o foco na renovação das Forças Armadas, visando uma postura mais combativa.

Entretanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, garantiu esta quinta-feira que o presidente russo Vladimir Putin está a preparar nova guerra na Europa, incitando um conflito entre a Sérvia e o Kosovo, para distrair as atenções da guerra na Ucrânia.

Com o prolongamento do conflito na Ucrânia, a guerra de trincheiras parece favorecer a Rússia, que, segundo o analista militar austríaco Markus Reisner, mantém uma considerável capacidade de produção de armamento.

A frente de batalha ucraniana, que se estabilizou após os esforços de contraofensiva, pode vir a exigir do Ocidente o fornecimento de armas mais modernas, que permitam um avanço mais significativo das forças ucranianas.

Os avanços tecnológicos no campo de batalha também são uma preocupação crescente. A guerra na Ucrânia está a tornar-se tornando mais eletrónica, com destaque para o uso de drones — uma tendência que parece poder vir a afirmar-se como o futuro da guerra.

Também o uso de sistemas de interferência eletrónica russa em comunicações e equipamentos, incluindo os lançadores de foguetes Himars, dá nota da competência tecnológica da Rússia, representando um desafio adicional.

Finalmente, o estudo da DGAP salienta que, embora a guerra na Ucrânia não pareça poder terminar a curto prazo, a Rússia pode conseguir recuperar rapidamente as perdas sofridas no conflito, ultrapassando a capacidade defensiva da NATO.

Este cenário coloca os países membros da organização com um prazo apertado para reforçar as suas forças armadas e garantir uma posição de dissuasão eficaz contra possíveis agressões russas, nota o estudo.

ZAP //

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