Estudo inovador sobre asma revela um mecanismo desconhecido até agora

A investigação abre a porta à criação de tratamentos para a asma mais focados na prevenção do que apenas no controlo da inflamação.

Um novo estudo publicado na Science identifica um novo mecanismo subjacente à lesão das vias respiratórias durante os ataques de asma, abrindo potencialmente o caminho para tratamentos inovadores. O estudo revela como a constrição mecânica das vias respiratórias pode levar a uma inflamação grave e à produção de muco, sintomas comuns aos doentes com asma.

A descoberta inovadora centra-se na forma como a constrição das vias respiratórias durante um ataque força as células do revestimento das vias respiratórias a sobrelotarem-se e a extrudirem-se, levando à sua morte. Este dano celular desencadeia mais inflamação e prejudica a capacidade de cicatrização das vias respiratórias, tornando os ataques subsequentes mais prováveis e graves.

“Sem esta barreira, as pessoas que sofrem de asma têm muito mais probabilidades de sofrer inflamações a longo prazo, cicatrização de feridas e infeções que causam mais ataques”, explicou a bióloga celular e autora principal do estudo, Jody Rosenblatt.

A equipa de investigação, que inclui especialistas dos EUA, Reino Unido e Espanha, propõe uma solução promissora que envolve um composto que inibe este processo prejudicial de extrusão celular. Em experiências realizadas em ratos, este composto conseguiu impedir os danos nas vias respiratórias e a inflamação subsequente, tipicamente observados após a broncoconstrição, o processo de aperto das vias respiratórias que caracteriza um ataque de asma.

Embora ainda não tenha sido testado em seres humanos, este composto poderá representar um passo em frente transformador no tratamento da asma, centrando-se na prevenção e não apenas no controlo da inflamação.

Para além disso, o estudo investigou a eficácia do albuterol, um broncodilatador comum, descobrindo que, apesar de ajudar a relaxar os músculos das vias respiratórias, não aborda os danos celulares ou a inflamação subjacentes. No entanto, os investigadores descobriram que o gadolínio, um metal habitualmente utilizado na imagiologia por ressonância magnética, pode impedir a extrusão prejudicial das células das vias respiratórias em modelos animais.

Esta descoberta abre a porta ao desenvolvimento de compostos semelhantes que podem, de forma segura, atuar sobre esta via nos seres humanos, oferecendo a esperança de uma gestão mais eficaz da asma.

A equipa de investigação planeia explorar mais aprofundadamente a forma como esta nova compreensão da constrição das vias aéreas pode conduzir a melhores tratamentos e resultados para as pessoas que sofrem de asma e doenças relacionadas.

ZAP //

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