O relato da odisseia de 13 meses do náufrago do Pacífico foi corroborado por um estudo norte-americano que analisou os ventos e as correntes durante esse período na zona atravessada.
O estudo conduzido pela Universidade do Havai baseou-se num modelo desenvolvido para examinar as variações de correntes na superfície do oceano.
Encontrado num atol das Ilhas Marshal há duas semanas, o salvadorenho José Salvador Alvarenga afirma ter andado à deriva durante 13 meses no oceano Pacífico, um relato que deixou céticos alguns especialistas.
Alvarenga diz que percorreu 12.500 quilómetros do México até às Ilhas Marshall, após partir para a pesca em dezembro de 2012 numa embarcação de sete metros com um jovem, que acabou por morrer quando estavam perdidos no mar.
Pescadores de Chiapas disseram que Alvarenga foi visto pela última vez na cidade de Chocohuital, antes de partir para o mar, em 20 de novembro de 2012, e que planeava regressar a terra no dia seguinte.
Alvarenga ter-se-á alimentado de uma “dieta” à base de gaivotas, sangue de tartaruga e água da chuva.
“As declarações de Alvarenga sobre os 13 meses passados à deriva e sobre o seu ponto de partida, no México, correspondem às conclusões da nossa experiência e aos pâramatros dos ventos e das correntes oceânicas durante a sua travessia”, indica o estudo.
Os parâmetros da experiência foram baseados nos padrões de deriva de escombros de barcos levados do Japão para o Havai, através do Pacífico, desde o tsunami de março de 2011.
“As experiências com restos de barcos de pesca após o tsunami que atingiram as costas do Havai um ano e meio ou dois anos e meio mais tarde, permitiram-nos desenvolver um modelo realista para simular a deriva de um barco desde as costas do México”, disse Jan Hafner, um dos autores do estudo.
/Lusa