Um novo estudo indica que o corpo humano evoluiu para perseguir os animais durante longas distâncias, naquilo a que se chama “caça de resistência”.
Já ouviu falar em caçadores de resistência? Talvez não, porque já não existem… mas segundo um estudo publicado esta segunda-feira na Nature Human Behaviour, Rosa Mota poderia ter sido das melhores de sempre na modalidade.
Antes da invenção das armas de fogo, muitas culturas caçavam através da perseguição das presas por longas distâncias.
O novo estudo, levado a cabo por investigadores da Universidade da Califórnia (EUA), sustenta que as características humanas especializadas para corridas longas são evidências de adaptações evolutivas ligadas a uma necessidade de correr grandes distâncias, durante a caça.
Os humanos, em comparação com outros animais (como, por exemplo, cavalos ou veados), têm músculos adaptados mais para a resistência do que para a força – o que faz de nós atletas de resistência notáveis (especialmente, a Rosa Mota).
Além disso, o ser humano tem uma capacidade sem igual de regular a temperatura corporal, através da transpiração intensa, para se manter fresco.
“Estas características só podem ser explicadas no contexto da corrida. E não há muitas razões para os humanos correrem longas distâncias para além da caça”, explica o líder da investigação, Eugene Morin, citado pela New Scientist.
O estudo sugere que os humanos evoluíram para perseguir a presa até que esta ficasse demasiado exausta ou sobreaquecida para continuar a fugir.
Quando se comparou a eficiência energética da corrida com a de uma caminhada, concluiu-se que é mais eficiente do que caminhar longas distâncias. Por exemplo, correr 4 quilómetros para apanhar um animal é mais eficaz do que caminhar 8 quilómetros.
Além disso, caminhar não funcionaria, uma vez que a caça de resistência depende muitas vezes de forçar as presas à exaustão e ao sobreaquecimento.
A pesquisa também revelou que a técnica de caça de resistência é documentada em cerca de 400 relatos de todo o mundo, entre 1500 e 1850.