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Dois candidatos a estivadores para o Porto de Lisboa intimidados por encapuzados

Steven Governo / Lusa

Estivadores em greve fazem vigília junto ao acesso ao porto de Xabregas, em Lisboa

 Dois candidatos a emprego numa empresa do setor da estiva foram abordados por cerca de 8 pessoas encapuzadas que se identificavam como antigos estivadores da AETPL.

Na terça-feira passada, dois candidatos a emprego numa empresa do setor da estiva, a PORLIS, iam fazer exames médicos de aptidão ao cargo quando foram abordados por um grupo de oito homens encapuzados que se identificaram como antigos estivadores da AETPL – Associação de Empresas de Trabalho Portuário.

O grupo tentou coagi-los a não assinar o contrato de trabalho.

De acordo com o semanário Expresso, os candidatos da empresa que opera no Porto de Lisboa iam fazer exames numa clínica na Expo. Estes exames médicos são realizados antes da contratação de de se iniciar o processo de formação, obrigatório para quem trabalha na estiva.

Várias fontes consultadas pelo matutino confirmaram que os candidatos a estivadores foram intimidados pelo grupo, no qual todos os homens se apresentavam com o capuz na cabeça e máscara cirúrgica na cara.

Segundo uma fonte da administração de ua das empresas de estiva, a PORLIS fez queixa à polícia de investigação criminal. “Não é a primeira vez que este tipo de situações acontece. Em dezembro de 2018, foram relatadas situações semelhantes no Porto de Setúbal”, acrescentou a mesma fonte.

Os dois candidatos concluíram os exames e vão iniciar o processo de formação, durante o qual terão escolta policial.

O incidente ocorreu numa altura em que o SEAL – Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, trava uma batalha com os operadores, e tem em cima da mesa um pré-aviso de greve de 14 de abril a 1 de junho. Contactado pelo Expresso, o sindicato disse que “não comenta o que desconhece”.

O SEAL frisa que o Porto de Lisboa vive uma situação de lock-out há duas semanas, porque cerca de metade do efetivo total de estivadores que pertenciam à AETPL – Associação de Empresas de Trabalho Portuário, entretanto declarada insolvente, estão impedidos pelos operadores portuários de entrarem nas instalações.

O sindicato considera a insolvência fraudulenta e ilegal a contração de novos trabalhadores para as empresas de estiva.

ZAP //

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