Estimativas de preços da eletricidade de INE e ERSE com discrepâncias

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Enquanto o Instituto Nacional de Estatística anunciou um aumento da fatura da eletricidade de 10,3%, a ERSE diz que os tarifários baixaram.

A monitorização da subida dos preços da eletricidade em Portugal por parte do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) não coincidem, com as duas entidades a apresentarem leituras muito distintas da atual situação portuguesa. Em julho, por exemplo, o INE avançou que o preço da eletricidade para as famílias portuguesas subiu 10,3%, ao passo que a ERSE fez saber que “a maioria” das empresas do mercado livre de energia diminuiu os seus tarifários, como consequência da revisão extraordinária das tarifas reguladas.

Tal como lembra o Público, no início do mês os preços do mercado regulado tiveram uma descida excecional de 2,6% para os consumidores domésticos, em função da devolução antecipada de ganhos do sistema elétrico, correspondente a 998 milhões de euros. Esta descida dos preços regulados tornou-se possível graças à diminuição das tarifas de acesso às redes, explica a mesma fonte.

De acordo com o regulador, perante a descida anunciada para o mercado regulado em julho, seria de esperar que também existisse um efeito positivo para os clientes do mercado liberalizado, onde a EDP se destaca como empresa com maior quota de mercado (73,2%). Segundo a ERSE seria “possível com a redução substancial das tarefas de acesso às redes minorar os efeitos adversos da subida de preços no mercado grossista de eletricidade”.

No entanto, constatou-se uma subida de 10,3% na despesa familiar das famílias no que respeita à eletricidade, superando os preços dos outros produtos cujos preços também subiram. Questionada pelo jornal Público sobre esta discrepância, a ERSE demonstrou ter uma perceção diferente sobre a evolução dos preços no mercado retalhista. “A maioria dos comercializadores no mercado livre reduziu os seus tarifários entre junho e julho, dada a redução significativa das tarifas de acesso às redes ocorrida em julho.”

Ainda de acordo com o Público, a ERSE baseia-se na informação sobre ofertas comerciais que os comercializadores de energia estão legalmente obrigados a enviar-lhe, ao passo que o INE sustenta o índice “num conjunto de preços praticados por uma amostra das maiores empresas comercializadoras de eletricidade, bem como informação disponibilizada pela ERSE”.

ZAP //

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