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“Estilo de vida de realidade aumentada”. Pela primeira vez, uma arquiteta vendeu uma casa digital

A artista contemporânea Krista Kim vendeu uma casa digital cunhada pela NFT a 288 ether, avaliada em mais de 500 mil dólares (419 mil euros), segundo o preço de negociação da criptomoeda.

A criação, chamada Mars House, é parte da grande visão de Krista Kim para o papel que a realidade aumentada terá no mundo, segundo explicou a criadora numa entrevista no programa “Squawk Alley”, da CNBC.

“De momento, muito da arte [NFT] que está disponível atualmente nas plataformas, é um parâmetro muito limitado de como se pode apresentar a arte”, disse Kim. “É apresentado, basicamente, como um arquivo digital, um lindo desenho ou vídeo na sua tela, a mas minha intenção era olhar além disso.”

O novo dono da Mars House será capaz de carregar o arquivo em vários metaversos – mundos imersivos em 3D – e experimentar o espaço digital.

Para Kim, a Mars House representa a “próxima geração de arte NFT”. “Para mim, realmente prevejo que viveremos num estilo de vida de realidade aumentada num período muito curto”, disse Kim, prevendo que isso poderia acontecer em “alguns anos”.

O metaverso é um termo usado para descrever um mundo virtual colaborativo e imersivo. A realidade aumentada (RA) e virtual (RV) é a chave para fornecer uma experiência mais envolvente nesses mundos. A RA é a tecnologia que sobrepõe imagens geradas por computador sobre visões do mundo real, enquanto a RV vai mais longe num espaço virtual completo.

À medida que o chamado “estilo de vida RA” progride, Kim considera que os NFTs terão um papel central. “Todos vamos decorar os nossos ambientes e o nosso espaço pessoal, a nossa moda”, disse. “Assim como tatuagens. As pessoas expressam-se com tatuagens. É uma forma de arte. Bem, as pessoas também vão expressar-se com ativos e peças de decoração e colecionáveis, moda, acessórios digitais”.

Os NFTs são ativos baseados em blockchain que são exclusivos por design e sua popularidade cresceu nos últimos meses. Entre as suas características mais críticas está o facto de permitirem a propriedade documentada de bens digitais.

A propriedade de um determinado NFT é registada em arquivos digitais distribuídos conhecidos como blockchain, que também são usados ​​para alimentar criptomoedas como bitcoin. Uma série de ativos já estão a ser vendidos como NFTs, incluindo tweets antigos e um álbum de rock. Recentemente, o RTFKT Studios vendeu sapatilhas digitais cunhadas com NFT para o metaverso.

Casas de leilão históricas, conhecidas por vender pinturas multimilionárias, também entraram no jogo. Na semana passada, uma obra do artista Beeple foi vendida num leilão da Christie’s por 69 milhões de dólares.

Os críticos acreditam que o boom do NFTs está destinado a desaparecer com o tempo e outros observam que a sua popularidade crescente coincidiu com uma grande alta no valor de muitas criptomoedas.

Por outro lado, para Charles Stewart, CEO da Sotheby’s, os NFTs são “novos para todos nós”. “Mas há muitas coisas aqui que são realmente empolgantes e achamos que têm poder de permanência“, defendeu, em declarações à CNBC.

Kim concordou, dizendo que “NFTs combinados com arte têm uma proposta de valor muito forte porque se valorizam com o tempo um vez que são um ativo social”.

Maria Campos, ZAP //

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