Estado demora quase dois anos a pagar aos fornecedores

A gestão administrativa e financeira da Cultura continua a ser a entidade pública que mais demora a pagar aos fornecedores. O Ministério da Saúde é quem tutela mais entidades com atrasos nos pagamentos.

O Estado português está a enfrentar sérios atrasos nos pagamentos a fornecedores, precisando de até 721 dias para saldar as dívidas, de acordo com dados reportados no segundo trimestre do ano. Isto traduz-se em um ano, 11 meses e 21 dias, muito além do limite legal de 60 dias.

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) identificou oito entidades da administração direta e indireta do Estado que ultrapassaram o limite legal entre abril e junho. A soma dos pagamentos em atraso atingiu mais de 730 milhões de euros no final de junho,  de acordo com o Jornal de Negócios.

Na liderança da “lista negra” de pagamentos está a gestão administrativa e financeira da Cultura, cujo prazo médio de pagamento é de 721 dias. Embora tenha havido uma redução de 741 para 721 dias no segundo trimestre, a entidade mantém-se como a que mais demora a pagar, liderando a lista há mais de oito anos.

Outras entidades com atrasos significativos incluem a secretaria-geral do Ministério da Justiça, com um prazo médio de 209 dias, e a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que viu o prazo aumentar de 113 para 154 dias. A Direção-Geral de Saúde (DGS) também se atrasou nos pagamentos, subindo de 61 para 143 dias entre abril e junho.

Além disso, a administração regional dos Açores e da Madeira reportou prazos médios de pagamento superiores a 60 dias no segundo trimestre. O Ministério da Saúde é o que tutela mais entidades com atrasos nos pagamentos a fornecedores.

A DGO indicou uma diminuição de 104 milhões de euros nos pagamentos em atraso em comparação com o período homólogo, embora o valor tenha aumentado 102,7 milhões em comparação com o mês anterior, totalizando 736,6 milhões de euros no final de junho.