“Em estado grave e em coma”. Jogador do Alverca Alex Apolinário terá lesões cerebrais

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FC Alverca

O médio Alex Apolinário com a camisola do Alverca.

O jogador do Alverca Alex Apolinário, que teve uma paragem cardio-respiratória durante um jogo, no passado domingo, está em coma induzido e “em estado grave” no hospital. Terá lesões cerebrais e deverá enfrentar uma recuperação difícil, sem jogar futebol e até com dificuldades em andar.

Alex Apolinário caiu em pleno relvado, aos 27 minutos do jogo entre o Alverca e o Almeirim para o Campeonato de Portugal, no passado domingo, 3 de Janeiro.

Foi assistido em campo, tendo sofrido “uma paragem cardio-respiratória”, como anuncia o Alverca, notando que “o atleta encontra-se em estado grave, estabilizado e em coma induzido” no Hospital de Vila Franca de Xira.

O empresário do jogador de 24 anos, Bruno Bello Vicintin, salienta, numa publicação no seu perfil do Instagram, que “Alex está sedado” e “entubado”.

O Correio da Manhã (CM) apurou junto de fonte hospitalar que o atleta terá “lesões cerebrais graves” depois de ter estado, alegadamente, “mais de seis minutos sem receber oxigénio”.

Regresso aos relvados será “praticamente impossível”

A confirmar-se este cenário, “o regresso aos relvados será praticamente impossível” e o atleta pode ficar com “dificuldades a andar e de pensar”, como destaca aquele jornal, frisando as sequelas “em termos cognitivos e motores” que o episódio dramático poderá deixar.

“Ele só não faleceu no meio do campo” graças à intervenção do fisioterapeuta do Alverca que recorreu ao desfibrilador para o reanimar, bem dos bombeiros e da equipa médica “que chegaram muito rápido”, como destaca Vicintin no Instagram.

Referindo-se a uma situação “inexplicável” e “aterrorizante” e notando que chorou “abraçado” ao filho de 11 anos na bancada, enquanto Alex era assistido no relvado, o empresário sublinha que “as próximas horas são chaves” e que é preciso “orar, dar apoio à família e torcer para que ele se recupere o mais rápido possível”.

Vicintin relata que Alex Apolinário levou um “primeiro choque do desfibrilador” usado pelo fisioterapeuta da equipa e por outro funcionário do clube, enquanto “o desespero” tomava conta dos atletas e das equipas técnicas.

Mas o atleta terá tido “duas paradas cardíacas”, ainda segundo o empresário que nota que “um bombeiro torcedor do clube que assistia ao jogo em um bar também entrou correndo no estádio para ajudar nos primeiros socorros”.

“A ambulância dos bombeiros de Alverca chegou em menos de 5 minutos e depois mais duas ambulâncias chegaram”, conta ainda Vicintin, realçando que Alex Apolinário foi “reanimado mais duas vezes” em pleno relvado, já no interior do veículo de emergência. Só depois de estabilizado é que foi transportado para o hospital.

Entretanto, o Alverca deixa “um agradecimento à onda de solidariedade com o atleta” que “chegou dos quatro cantos do mundo”, “numa gigantesca demonstração de apreço pela vida humana”, e aos “profissionais de saúde” que continuam a assistir o jogador.

Alex Apolinário chegou a Portugal em 2019 depois de ter passado pelas categorias de base do Botafogo e pelo Cruzeiro, onde se destacou na equipa sub-20. Mas a subida à equipa principal não correu da forma esperada e acabou emprestado ao Athletico Paranaense.

Susana Valente, ZAP //

1 Comment

  1. 6 minutos sem oxigénio!!!
    Mas e então o suporte básico de vida? Julgava que, fazendo as coisas bem feitas, seria possível manter artificialmente a ventilação dos pulmões e a circulação sanguínea.
    Ou estou enganado ou, mais uma vez, o esperado apoio em situações de emergência não funcionou eficazmente.
    É que nestes casos não bastam as aparências, nem “fazer” as coisas de modo atabalhoado, é preciso mesmo fazer as coisas bem feitas! Mas em Portugal estamos mais preocupados em ensinar e decorar conceitos de cidadania (mesmo que depois não se ponham em prática…) do que dar formação, com um elevado nível de exigência (pois de outro modo é quase o mesmo que nada), acerca de técnicas de socorrismo.

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