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Lois Boisson durante o jogo contra Coco Gauff, em Roland Garros
Lois Boisson só entrou no segundo Grand Slam do ano porque foi convidada pela organização, por ser francesa. Chegou às meias-finais.
No Roland Garros, tal como acontece noutros torneios de ténis, há espaço para convidados. A organização convida tenistas, normalmente ou do país onde se realiza o torneio, ou porque são tenistas conceituados que – por motivos diversos – não conseguiram a presença “normal” no quadro principal.
Em 2025, Roland Garros convidou Lois Boisson, uma jovem francesa de 22 anos. Quando o segundo Grand Slam começou, Lois ocupava o 361.º lugar na tabela WTA.
Logo na primeira ronda encontrou uma das cabeças-de-série, Elise Mertens, a 24.ª favorita. O mais natural seria uma derrota na estreia. Venceu em três parciais.
Na segunda ronda “despachou” Anhelina Kalinina por 6-1 e 6-2. De seguida, num duelo francês, afastou Elsa Jacquemot em três sets.
Oitavos-de-final: à sua frente estava uma das favoritas à vitória, Jessica Pegula – seria desta que ia para casa? Também não. Derrotou a 3.ª melhor do mundo, também em três parciais.
Nos quartos-de-final, mais uma tenista muito forte como adversária, a 6.ª cabeça-de-série Mirra Andreeva. Mais uma vitória, em apenas dois sets.
Nas meias-finais, nova tarefa muito árdua: a número 2 do mundo, Coco Gauff. Aí sim, foi derrotada em dois parciais. Não vai estar na final, mas o seu percurso já foi histórico.
A tenista número 361 do mundo chegou às meias-finais do Roland Garros. Nunca tinha participado num Grand Slam até aqui.
Lesão, neurociência, cheiro
Lois Boisson poderia nem estar em Roland Garros. No ano passado sofreu uma ruptura de menisco e do ligamento cruzado anterior da perna esquerda, durante um jogo… em Paris. Mas num torneio menor, de categoria 125.
Lesão grave. Poderia estar muito – mesmo muito tempo – fora dos campos de ténis. Esteve 9 meses. Muito por causa da neurociência.
A Globo lembra que, além dos exercícios habituais de reabilitação, recorreu a ferramentas das neurociências: a jovem francesa passou a treinar a sua técnica através de um treino neurovisual desenvolvido pelo seu preparador físico, Sebastien Durand.
A própria tenista não sabe explicar muito bem: “Trata-se da visão, fazemos exercícios diferentes. Tentamos conectar o cérebro com o jogo e, assim, conseguimos acelerar o nosso ténis. É muito bom para esta modalidade. Comecei a usar depois da cirurgia e isso ajudou-me a recuperar mais rápido; o cérebro, simplesmente, funciona mais rapidamente“.
Lois Boisson também foi destaque recentemente por outro motivo: o seu cheiro.
Em Abril deste ano, a tenista Harriet Dart insinuou, durante um jogo em Rouen, que a francesa cheirava mal. Harriet perguntou ao árbitro: “Podes dizer-lhe para ela usar desodorizante? Por causa do cheiro. Ela cheira mesmo mal“.
Mais tarde, Harriet Dard pediu desculpa, reforça o The Independent.
A francesa não ficou muito incomodada. Até brincou com a situação, ao publicar uma imagem com um desodorizante e a dizer à Dove que “aparentemente precisam de uma parceria”.