ZAP // Mattel; Gage Skidmore / Flickr

“Bem, talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30 bonecas”, encolheu os ombros o presidente dos EUA na semana passada. Agora, os preços estão de facto a subir: as bonecas Barbie tornaram-se as novas vítimas da guerra de tarifas de Trump.
O presidente dos Estados Unidos estendeu recentemente a sua guerra de tarifas aos brinquedos fabricados na China — e noutros países. Na altura, Donald Trump sugeriu repetidamente que as crianças deixem de lado as bonecas.
“Bem, talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30 bonecas, e talvez as duas bonecas custem mais alguns dólares do que normalmente custariam”, disse Trump — que desde então reforçou repetidas vezes estes comentários inesperadamente anti-materialistas.
Agora, a gigante de brinquedos Mattel, criadora da icónica boneca Barbie, vai mesmo aumentar os seus preços nos EUA, disse a empresa num comunicado divulgado na segunda-feira.
A empresa cancelou também as suas previsões financeiras para 2025, culpando o “panorama tarifário dos EUA em evolução” por tornar “difícil prever os gastos dos consumidores”.
A Mattel fabrica cerca de 40% dos seus brinquedos na China, país a que a administração Trump aplicou em março tarifas de 145%, argumentando que Pequim trata os EUA de forma injusta no comércio.
No comunicado, a fabricante de brinquedos adianta que vai transferir parte da sua produção para fora da China, numa tentativa de diversificar a sua cadeia de abastecimento e resistir à tempestade tarifária, e que irá entretanto “tomar medidas relativas à política de preços no seu negócio nos EUA quando necessário”.
A empresa realça que “está a operar num ambiente macroeconómico incerto com uma volatilidade significativa, incluindo alterações na política comercial global e tarifas americanas”.
“Embora as tarifas não tenham afetado os resultados financeiros do primeiro trimestre da Mattel, a empresa está a tomar medidas de mitigação destinadas a compensar totalmente o potencial impacto do custo incremental das tarifas no desempenho futuro”, acrescenta o comunicado da Mattel
As medidas previstas incluem “acelerar a diversificação da cadeia de suprimentos, reduzir ainda mais a dependência de produtos fornecidos pela China, otimizar o abastecimento e a gama de produtos, e, quando necessário, tomar medidas de fixação de preços nas suas atividades nos EUA“.
Donald Trump continua a minimizar as preocupações manifestadas em vários setores da economia norte-americana, de que as suas chamadas tarifas recíprocas aumentariam os custos dos produtos e levariam a escassez, nota o Politico.
De acordo com um inquérito realizado no mês passado pela associação de fabricantes de brinquedos Toy Association a 400 empresas americanas do setor, quase metade acredita que as tarifas de Trump as vão levar à falência.
Guerra das Tarifas
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7 Maio, 2025 Esta Barbie vai ficar mais cara (e só vai ter uma amiga)
Goste-se ou não da pessoa, a imagem parece desrespeitosa para com o representante de uma nação, para mais, tendo sido democraticamente reeleito enquanto tal.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo. O ZAP procura retratar respeitosamente as personalidades que são referidas nas notícias — goste ou não delas.
Neste caso concreto, atendendo a que o presidente Donald Trump acha piada a retratar-se como Rei ou Papa, provavelmente não achará desrespeitoso que o retratemos como Ken. Talvez até lhe ache graça.