Esqueletos antigos sugerem que os humanos andavam a cavalo há 5.000 anos

Os cavalos terão sido o primeiro meio de transporte que os humanos usaram para viajar mais rápido e mais longe, mas quando exatamente começamos a montá-los?

Cientistas da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, encontraram evidências arqueológicas que sugerem que os humanos começaram a montar há cerca de 5.000 anos, relatou o New Atlas.

O vínculo entre humanos e cavalos permaneceu forte durante milénios, mas ainda não se sabe quando começou.

A primeira evidência inequívoca de cavalos domesticados remonta a 2000 a.C.. Sepulturas antigas encontradas na Rússia continham restos de carruagens e ossos de cavalo.

Outros estudos revelaram que esses animais viviam ao lado dos humanos no Cazaquistão em 3500 a.C., com alguns espécimes a mostrar padrões de desgaste dentário que sugerem terem sido freados. Isso pode significar que eram montados, mas tal não ficou provado.

Neste novo estudo, publicado na Science Advances, os investigadores examinaram os efeitos físicos nos humanos. Ao estudar 156 esqueletos adultos de 39 sepulturas encontradas na Eurásia, a equipa procurou seis características específicas nos ossos que poderiam ser causadas por longas cavalgadas.

Essas características passavam por locais de inserção muscular na pelve e nos ossos da coxa; alterações nas ancas; marcas de pressão no fémur; o diâmetro e a forma do fémur; a degeneração das vértebras causada por impactos; e traumas que podem ter sido causado por um coice ou uma mordida de cavalo.

“Diagnosticar padrões de atividade em esqueletos humanos não é inequívoco”, disse Martin Trautmann, principal autor do estudo. “Não há traços singulares que indiquem uma determinada ocupação ou comportamento. Somente na sua combinação, como uma síndrome, os sintomas fornecem informações confiáveis para entender as atividades habituais do passado”, acrescentou.

Dos 156 esqueletos examinados, pelo menos 24 foram classificados como “possíveis cavaleiros” com base no sistema de avaliação. Outros nove foram classificados como “cavaleiros altamente prováveis”.

Cinco dos cavaleiros altamente prováveis, bem como a maioria dos cavaleiros possíveis, pertenciam à cultura Yamnaya, pastores nómades que viviam no que hoje é a Roménia, a Bulgária e a Hungria.

Os restos mortais datam de entre 3.000 e 2.500 a.C., tornando-se uma das evidências mais antigas de humanos a cavalgar encontrados até agora.

“Um túmulo datado de cerca de 4300 a.C., em Csongrad-Kettöshalom, na Hungria”, que se suspeita tratar-se de um imigrante – devido “à pose e aos artefatos” – “mostrou quatro das seis patologias associadas à equitação”, de um período mil anos anterior aos Yamnaya, disse David Anthony, outro dos autores do estudo.

“Um caso isolado não pode sustentar uma conclusão firme, mas claramente, precisamos aplicar esse método a coleções ainda mais antigas”, concluiu.

ZAP //

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