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Descoberto esqueleto de uma mulher da elite Inca na Argentina

 

Um grupo de investigadores encontrou o esqueleto de uma importante mulher Inca em Pucará de Tilcara, uma antiga fortaleza estrategicamente localizada na Quebrada de Humahuaca, na Argentina.

As características da descoberta revelariam que a mulher encontrada teria um destacado prestígio social durante a dominação Inca da região no final do século XVI, segundo o Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) no dia 20 de janeiro.

A arqueóloga Clarisa Otero, que liderou o processo, garante que a localização do corpo e as ofertas que recebeu revelam que os seus primeiros anos de vida não ocorreram naquele local e que a mulher “talvez fizesse parte de um grupo de elite de outra região do país Tawantinsuyu (Império Inca), tendo-se estabelecido na Quebrada em busca de refúgio antes do ataque espanhol”.

Ao lado do cadáver havia peças de cerâmica, ossos de animais, duas argamassas com aderências de cobre e hematita, placas de metal, fragmentos de colares, pigmentos e um tubo feito com um osso que poderia fazer parte de um instrumento musical ou de um instrumento para inalar alucinogénios.

Jorge A. Gonzalez / Conicet

Ilustração e reconstrução

No entanto, os especialistas afirmam que parte dos seus restos mortais foram manipulados, pois, embora o esqueleto não tenha sido encontrado desarticulado, a tíbia direita estava a faltar. Noutros contextos do Pucará, também detetaram evidências da separação de partes esqueléticas e até da formatação de alguns ossos para usá-los como instrumentos para inalar alucinogénios.

A manipulação de restos humanos foi uma prática comum nos Andes e respondeu às crenças religiosas, que em algumas comunidades continuam até o presente: o falecido continua presente na vida quotidiana e até participa ativamente nos rituais de decisão política. Os ancestrais são os responsáveis ​​por gerar o bem-estar das pessoas e promover a fertilidade.

Em situações de conflito, particularmente durante a conquista espanhola, o culto dos ancestrais ganhou nova força, pois acreditava-se que os ancestrais eram os que poderiam fornecer proteção.

Os restos mortais foram encontrados no fim de 2016 e, inicialmente, acreditava-se que pertenciam ao corpo de um artesão. Contudo, a análise do contexto e as evidências geraram o desenvolvimento de uma nova hipótese, na qual se associa a falecida a uma importante mulher na população pré-hispânica.

O artigo do Conicet assinala que esta região da atual Argentina foi um dos poucos territórios que não sofreu uma colonização imediata, uma vez que o povo resistiu durante mais de seis décadas à invasão europeia.

ZAP // RT

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