Um norte-americano condenado por espionagem na Coreia do Norte, que foi libertado em 2018, confessou esta sexta-feira que trabalhou para a Agência Central de Informação (CIA).
Na véspera de uma cimeira histórica entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, três homens foram libertados, depois de terem cumprido penas de prisão por espionagem para o Governo norte-americano, em sinal de boa vontade do Governo norte-coreano.
Kim Dong-chul, de 67 anos, naturalizado norte-americano – um dos espiões libertados, quando cumpria uma pena por ter sido apanhado a tirar fotos com uma máquina fotográfica escondida num relógio — admitiu esta sexta-feira que estava a trabalhar para a CIA, desde 2011, numa entrevista à estação televisiva alemã NDR.
O espião disse que a CIA o contratou, quando ele já morava em Rason, perto da fronteira da Coreia do Norte com a China e com a Rússia, tendo recebido instruções para se deslocar para vários pontos do país, numa altura em que circulavam rumores sobre quem seria o sucessor do Presidente Kim Jong-il, que tinha falecido nesse ano de 2011.
Ki Dong-chul admitiu que, ao serviço da CIA, fotografou navios militares através de um relógio de pulso que lhe permitia obter imagens de forma discreta, permitindo à agência conhecer mais pormenores sobre a frota de que apenas tinham fotos por satélite.
Em outubro de 2015, o espião foi apanhado pelas autoridades norte-coreanas, quando procurava obter informações sobre os planos nucleares de Kim Jong-un, tendo sido condenado a 10 anos de prisão numa campo de trabalhos forçados.
Na entrevista à estação televisiva, Kim Dong-chul mostrou vários dedos danificados por terem sido esmagado pelas botas de soldados.
// Lusa